Instituições de agronegócio do Paraná criticam boicote do Carrefour

O boicote do Carrefour ao setor de proteína animal dos países que compõem o Mercosul foi criticado por instituições do agronegócio paranaense.

O Sistema FAEP apontou que a decisão do Carrefour é “absurda, já que as carnes brasileiras são produzidas observando rígidos protocolos sanitários e de qualidade”.

O posicionamento assinado pelo presidente da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), Ágide Eduardo Meneguette, também pontuou que “o Paraná foi reconhecido pela Organização Mundial de Saúde Animal como área livre de febre aftosa sem vacinação – chancela internacional que reconhece a eficiência e a segurança do serviço sanitário do Estado”.

Dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) apontam que o Paraná exportou 2,3 milhões de toneladas de carnes para 52 países em 2023, o que resultou uma receita de US$ 4,3 bilhões.

“O nosso status sanitário reforça o compromisso com a sanidade animal. Dentro da porteira, os nossos produtores rurais fazem seu papel com rigor e excelência, seja na produção de carne bovina, suína, de frangos ou de peixes. A decisão do Carrefour não está amparada por qualquer motivação técnica”, complementa Meneguette.

O Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Paraná (Sindiavipar) seguiu o posicionamento da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) em criticar o boicote do Carrefour.

“A argumentação é claramente utilizada para fins protecionistas, ressonando uma visão errônea de produtores locais contra o necessário equilíbrio de oferta de produtos de seu próprio mercado – o que se faz por meio da complementariedade, com produtos de alta qualidade e que atendam a todos os critérios determinados pelas autoridades sanitárias dos países importadores, como é o caso da proteína brasileira”, pontuou a nota da ABPA.

Presidente de instituições de turismo, bares e restaurantes pede boicote ao Carrefour

O presidente da Associação Brasileira de Bares e Casas Noturnas (Abrabar) e da Federação das Empresas de Hospedagem, Gastronomia, Entretenimento, Lazer e Similares do Paraná (Feturismo), Fábio Aguayo, declarou em vídeos postados nas redes sociais e sugeriu um boicote a ‘fornecedores estrangeiros’. 

“Está na hora de dar uma resposta a esses grupos estrangeiros que querem nos sabotar e boicotar. Se aqui no Paraná há opção para buscar outros fornecedores, faça. Se faltar algum produto no seu estabelecimento procure fornecedores locais”, pontua Aguayo.

O presidente ainda confirmou que a Feturismo irá seguir o posicionamento da Federação de Hotéis, Bares e Restaurantes do Estado de São Paulo (Fhoresp) de solicitar aos empresários do setor que boicotem o Carrefour.

Entenda o boicote do Carrefour ao setor de proteína animal do Brasil

Na última quarta-feira (20), o CEO do Carrefour, Alexandre Bompard, utilizou as redes sociais para anunciar que a empresa não iria comprar mais carnes dos países do Mercosul.

A justificativa apontada por Bombard é que “o desânimo e a raiva dos produtores rurais franceses” motivou o boicote, mesmo com “os preços e quantidades de carne” dos países do Mercosul.

A França tem sido o país que mais tem dificultado o fechamento do acordo de livre comércio entre a União Europeia e o Mercosul.

Em nota divulgada na última quinta-feira (21), o Carrefour pontuou que o boicote à proteína animal do Mercosul vale apenas para a França e não para os demais países em que a empresa opera.

Fonte: RIC.COM