Defesa pede avaliação psiquiátrica de médico suspeito de assassinar a mãe no PR

A defesa do médico Rafael Nicoluzzi, suspeito de matar a mãe em Ponta Grossa, pediu à Justiça neste sábado (30) uma avaliação psiquiátrica do cliente.

Ele foi preso na sexta (29) depois de procurar a polícia para dizer que encontrou a mãe morta no apartamento em que moravam. O homem disse ter transtornos mentais, mas não apresentou laudo médico. Relembre o caso a seguir.

O advogado de Rafael, Yuri Kozan, disse à RPC que o pedido foi atendido na audiência de custódia e, caso o resultado confirme transtornos psiquiátricos, o suspeito será direcionado para uma unidade de atendimento médico.

"A defesa foi vitoriosa no seu pleito para que ele seja submetido à avaliação médica. [...] O resultado desse exame certamente será favorável e Rafael irá ser encaminhado para um estabelecimento condigno ao seu estado de saúde", afirmou.

O advogado disse ainda que segue trabalhando para apurar o caso.

Rafael está na carceragem provisória do fórum de Ponta Grossa. De acordo com o advogado dele, o prazo para que o suspeito passe pela avaliação médica é de 48 horas a partir do fim da audiência de custódia.

A avaliação pode definir o destino do suspeito durante a investigação. Caso o Ministério Público determine prisão preventiva, ele será preso junto com os demais detentos. No entanto, se o estado clínico for comprovado, ele deverá ficar em um estabelecimento médico.

"Na sequência, será instaurado um incidente de insanidade mental para que um perito médico oficial da Polícia Científica avalie se Rafael, no momento do fato, caso ele tenha ceifado a vida de sua mãe, tinha capacidade de entender o caráter ilícito da própria conduta", concluiu o defensor.

O médico Rafael Nicoluzzi é suspeito de matar a mãe, de 74 anos, Erondina de Oliveira. Ele mesmo procurou pela Guarda Civil Municipal (GCM) para relatar que encontrou a mãe morta.

Polícia Civil do Paraná suspeita que a motivação tenha sido financeira, uma vez que ele era sustentado pela mãe, segundo testemunhas.

Conforme vizinhos, as discussões entre mãe e filho eram constantes. Eles também disseram à polícia que agressões anteriores já teriam acontecido.

A vítima foi encontrada morta com ferimentos na cabeça e hematomas nos braços. O suspeito apresentou escoriações nos braços – lesões comuns causadas por vítimas que tentaram se defender, de acordo com a polícia.

O delegado responsável pela investigação, Wesley Vinícius, afirmou que o suspeito negou ter cometido o crime. Para preservar as testemunhas, que prestaram depoimento durante a tarde, a polícia decretou a prisão preventiva do homem.

"Foi representado ao Poder Judiciário a decretação da prisão preventiva do autor, a fim de garantir as investigações e resguardar a integridade física das testemunhas", disse o delegado.

Suspeito disse que foi afastado da profissão

O suspeito confirmou à polícia que é formado em medicina pela Universidade Estadual de Maringá (UEM) e exerceu a função por um tempo, de acordo com o delegado.

No entanto, o homem disse aos policiais que foi afastado por apresentar transtornos psicológicos durante os plantões, mas não apresentou laudo médico.

Os vizinhos também contaram à equipe que escutavam frequentemente as agressões sofridas pela idosa e chamavam a Polícia Militar e a Guarda Civil Municipal.

Ainda conforme as testemunhas, a mãe alegava que o filho tinha transtornos mentais e ficava agressivo quando não tomava os remédios. Na época, à pedido dela, os policiais não conduziam o homem até a delegacia.

Fonte: G1