Um funcionário de uma loja de peças de veículos em Jaraguá do Sul, no Norte de Santa Catarina, encontrou uma jararaca ao manusear uma caixa de utensílios. Segundo o biólogo Gilberto Ademar Duwe, chamado para resgatá-la, a espécie é peçonhenta e responsável pela maioria dos acidentes com serpentes no Brasil.

Ao g1, na segunda-feira (11), o biólogo da Fundação Jaraguaense de Meio Ambiente (Fujama), informou que dentro da caixa tinham peças do estoque da loja, que vende itens usados para veículos.

"Por sorte, antes de colocar a mão, ele olhou ali dentro. Ele estava com a mão sem nenhuma proteção, sem nada. Aí ele acabou vendo o animal ali e nos acionou para fazer o resgate", comentou.

Em uma rede social, na última quinta-feira (7), Gilberto publicou um vídeo mostrando o passo a passo do resgate. Mais de 16,4 mil usuários viram a publicação até a noite de segunda-feira.

"Eu estou usando o gancho aqui porque é um local mais tranquilo, não tem perigo dela fugir. Eu pego ela aqui mais no meio no gancho, ergo, e ela pensa que vai cair ,vamos dizer assim, e ela tenta manter o equilíbrio. Por isso que ela fica mais parada", narrou.

Ninguém se feriu.

Sobre a espécie

A jararaca é uma cobra venenosa do gênero Bothrops presente em todo o território nacional, segundo o biólogo Tobias Kunz, especializado no estudo de répteis.

Ele explica que há mais de 30 espécies do gênero Bothrops espalhadas no Brasil que podem ser chamadas genericamente de jararaca. Em cada região ou bioma, há diferentes espécies.

A mais comum é a Bothrops jararaca, que costuma ocorrer em ambientes florestais e tem ampla distribuição em Santa Catarina. É endêmica na Mata Atlântica.

O Instituto Butantan destaca que as jararacas possuem desenhos em forma de ferradura na lateral do corpo, com cores geralmente mais escuras que no restante do corpo.

As fêmeas da espécie costumam ser maiores que os machos. A espécie é uma das principais responsáveis por acidentes com picadas no Brasil.

O que fazer em caso de picada?

• Caso seja picado por uma cobra, não se deve amarrar o local. Segundo o biólogo Christian Lempek, o torniquete pode aumentar o risco de necrosar o local e resultar até em amputação;
• não se deve cortar o local, fazer perfurações ou sucção;
• o local da picada deve ser lavado com água e sabão;
• a vítima deve ser levada o mais rápido possível ao hospital;
• é importante tentar identificar a serpente (pode ser por foto, se possível) pois isso facilitará para escolha do soro antiofídico a ser aplicado.

Fonte: G1