A mulher acusada de dopar e matar com 36 facadas o empresário Gustavo Alberto Sagaz, de 34 anos foi absolvida em júri popular no fim da noite de terça-feira (12) em Florianópolis. O homem foi encontrado morto nas dunas da Praia do Moçambique em 29 de agosto de 2023.
Camila Fernanda Franca Pereira era companheira de Sagaz e foi presa um mês após o crime. Ela foi solta nesta terça-feira (13) após passar mais de um ano no Presídio Feminino da Capital, informou a defesa. O Ministério Público vai recorrer da decisão.
Segundo o Tribunal de Justiça (TJSC), o Conselho de Sentença reconheceu que a ré praticou o crime, mas decidiu absolvê-la. Em relação ao crime de ocultação de cadáver, os jurados concordaram que o corpo da vítima foi ocultado, mas não reconheceu que foi Camila que praticou o crime.
A defesa de Camila afirmou que a mulher sempre negou o crime e que a absolvição ocorreu após novos elementos com uma nova visão do caso ser apresentada aos jurados. Segundo o advogado Alessandro de Sousa, essa prova, que está sob sigilo, teria sido desconsiderada pela acusação.
"Os jurados entenderam que ela não deveria ser condenada pelos elementos que foram trazidos", disse.
Procurado, o promotor de justiça André Otávio Vieira de Mello informou entender que a absolvição foi contrária à prova apresentadas dos autos, "tanto que esta se deu por maioria do conselho de sentença, e não por unanimidade".
Já o advogado da família de Sagaz informou que os advogados de defesa da ré 'não trouxeram qualquer prova sólida, somente vagas suposições'.
Prisão
Camila foi presa em 22 de setembro de 2023 no bairro Ingleses, onde morava com Sagaz e respondia por homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver. Conforme a denúncia do Ministério Público (MP), a motivação para o crime seria desentendimentos relacionados à administração financeira da empresa familiar de propriedade do casal.
Ela ainda teria como objetivo conseguir o valor de seguro de vida e ficar com os bens da empresa e do casal. O g1 procurou o MP nesta terça e aguardava retorno até a última atualização do texto.
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Quem era o empresário
Sagaz era proprietário de uma empresa de terraplanagem na região norte da Capital, serviço que prestava desde a adolescência, quando começou a ajudar o pai no trabalho. A família dele é bastante conhecida na região e o crime provocou comoção na época.
O empresário e Camila tiveram dois filhos, um menino de 5 anos e uma menina, de 3. Desde a prisão da mulher, os filhos estão com os avós paternos, segundo familiares.
Cronologia do crime
Sagaz ficou desaparecido por um dia e foi encontrado em 29 de agosto. Conforme o MP, ele teria sido morto em 27 de agosto.
Inicialmente, a mulher havia afirmado que a vítima havia saído para comprar uma peça de caminhão em Rio do Sul, no Vale do Itajaí. No entanto, segundo a investigação da Polícia Civil, o empresário não deixou a região do Norte da Ilha.
Além disso, a caminhonete da vítima esteve na praia do Moçambique na manhã do dia que foi achado. O carro entrou no parque do Rio Vermelho às 6h56 e saiu às 7h41. Após o enterro de Sagaz, segundo a investigação, a caminhonete da vítima foi levada para um estabelecimento de lavação automotiva.
"Acrescenta-se a isso a informação e que a varredura toxicológica apontou a presença de clorfeniramina no sangue do ofendido, que é um medicamento anti-histamínico com efeito colateral comum de sonolência".
Fonte: G1
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