Em Foz do Iguaçu, a secretária de Saúde Cíntia Ramos, acompanhada pela coordenação de endemias, representada por Álvaro Guancino e Tânia Lise, realizaram uma visita técnica à biofábrica do método Wolbachia, gerenciado pela Fiocruz em parceria com o Ministério da Saúde e o município de Foz do Iguaçu. A visita teve o intuito de conhecer a capacidade operacional, estrutura física e necessidades especiais para implementação do método, dado que para pleitear a biofábrica é critério de elegibilidade municípios com mais de 100 mil habitantes e alta taxa de transmissão da dengue.
A Wolbachia é uma bactéria presente em cerca de 60% dos insetos, inclusive em alguns mosquitos. No entanto, não é encontrada naturalmente no Aedes aegypti. Quando presente neste mosquito, a Wolbachia impede que os vírus da dengue, Zika, chikungunya e febre amarela urbana se desenvolvam dentro dele, contribuindo para redução destas doenças.
Não há qualquer modificação genética no Método Wolbachia do WMP, nem no mosquito nem na Wolbachia. Com o tempo, a porcentagem de mosquitos que carregam a Wolbachia aumenta, até que permaneça estável sem a necessidade de novas liberações. Este efeito torna o método autossustentável e uma intervenção acessível a longo prazo.
O Método Wolbachia consiste na liberação de Aedes aegypti com Wolbachia para que se reproduzam com os Aedes aegypti locais estabelecendo, aos poucos, uma nova população destes mosquitos, todos com Wolbachia.
O Método Wolbachia é ambientalmente amigável. Os experimentos em laboratório identificaram que a Wolbachia, que é intracelular, não pode ser transmitida para humanos ou outros mamíferos. Somado a isto, já temos a Wolbachia presente naturalmente em outras espécies de artrópodes. Ou seja, ao estabelecermos uma população de Aedes aegypti com Wolbachia, não haverá alteração significativa nos sistemas ecológicos.
No Brasil, o Método Wolbachia é conduzido pela Fiocruz, com financiamento do Ministério da Saúde, em parceria com os governos locais. As ações do projeto no Brasil seguem protocolo aprovado pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP) e se dividem em diferentes etapas.
As ações iniciaram no Rio de Janeiro (RJ) e em Niterói (RJ), em uma área que abrange um milhão e 300 mil habitantes. Em Niterói, dados preliminares já apontam redução de até 77% dos casos de dengue e 60% de chikungunya nas áreas que receberam os Aedes aegypti com Wolbachia, quando comparado com áreas que não receberam.
Fonte: Assessoria
0 Comentários