Ministério Público denuncia Leandra por rapto de bebê com emboscada e carta falsa

Foto: CGN

O Ministério Público do Paraná denunciou Leandra Ferreira de Souza, de 40 anos, pelos crimes de subtração de incapaz – com qualificadora de emboscada – e falsidade ideológica. A suspeita teve sua prisão decretada desde 24 de setembro, após a localização da criança Eloah Pietra Almeida dos Santos, de um ano e sete meses, em Campo Largo, região metropolitana de Curitiba. A menina havia sido raptada, um dia antes, no bairro Parolin, na capital paranaense.

Conforme as investigações, Leandra teria informado à mãe de Eloah que atuava como agente de saúde, o que caracterizaria a tentativa de ludibriar a família da vítima. A acusada também teria apresentado à polícia uma carta, supostamente escrita por Érica Alves dos Santos – mãe da criança –, na qual seria declarada a entrega voluntária da menina à suspeita. No verso do documento consta a alegação de que a mãe estaria impossibilitada de cuidar da filha devido à falta de recursos, o que reforça a acusação de falsidade ideológica.

O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) estabelece pena de dois meses a dois anos de detenção para o crime de subtração de incapaz, podendo a presença de qualificadoras agravar a sanção. Já o delito de falsidade ideológica prevê reclusão de um a cinco anos, além de multa. Diante desses fatos, o MP recomendou a manutenção da prisão preventiva de Leandra.

Em audiência, a defesa da suspeita apresentou dois pedidos de liberdade provisória, fundamentando-se na ausência de antecedentes criminais, na existência de residência fixa – compartilhada com a mãe –, e ainda alegando que Leandra é diagnosticada com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Em depoimento, a acusada relatou episódios de violência sofridos durante sua permanência em unidade prisional, descrevendo agressões severas por parte de outras detentas, o que, segundo ela, teria culminado em graves ferimentos. Tais alegações foram registradas, e sobre elas já foi aberta uma investigação pela Corregedoria Geral do Departamento de Polícia Penal do Paraná (Deppen).

A reportagem tentou contato com a defesa de Leandra, mas até o fechamento desta matéria não houve manifestação. A Justiça ainda analisa os pedidos de liberdade, enquanto o MP prossegue com as diligências para elucidar todos os aspectos dos crimes denunciados.

Fonte: CGN