64 pessoas são investigadas por suspeita de desvio de R$ 2,5 milhões destinados ao tratamento de menina com câncer no Paraná

Foto: Reprodução/Uopeccan

A Polícia Civil de Cascavel, no oeste do Paraná, investiga 64 pessoas suspeitas de desviar R$ 2,5 milhões que deveriam ter sido usados para a compra do medicamento Danyelza para o tratamento de câncer da menina Yasmin, de 11 anos, moradora de Cascavel.

A investigação começou em junho de 2024 depois que a mãe denunciou à Polícia Civil não ter recebido toda medicação indispensável para o tratamento da filha. Como o remédio não era fornecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS), a família recorreu à Justiça e o Governo do Paraná foi condenado a pagar o tratamento.

O dinheiro foi depositado judicialmente e uma empresa foi escolhida para fazer a importação. Essa empresa contratou uma terceira para intermediar, mas Yasmin recebeu apenas 10 das 60 caixas do remédio necessárias para o tratamento completo.

Segundo a Polícia Civil, foi através da quebra de sigilo bancário foi que a polícia descobriu a utilização de 64 contas em nome de diferentes pessoas que receberam depósitos do dinheiro desviado da compra.

"Após intensa investigação conseguimos identificar aproximadamente 64 pessoas que receberam os valores provenientes desse bloqueio de valores feito, desse bloqueio do estado que seria destinado para a compra dos medicamentos da Yasmin", afirmou a delegada Thais Zanatta.

"Não podemos afirmar ainda se todas essas 64 pessoas serão indiciadas ou denunciadas por este crime porque ainda não conseguimos comprovar o dolo dessas pessoas, e se realmente são elas que movimentam essas contas", destacou a delegada.

Com a repercussão do caso, o Governo do Paraná fez uma nova aquisição dos remédios e a menina pode concluir o tratamento.

A investigação corre em sigilo, mas a polícia ainda busca o resgate de todo o dinheiro.

Para isso, a investigação se concentra agora no rastreamento do dinheiro nas contas bancárias das 64 pessoas suspeitas de envolvimento no golpe. A polícia quer descobrir se elas tinham conhecimento do crime ou se também tiveram os dados utilizados de forma fraudulenta.

"Se ficar comprovado que essas pessoas não tinham conhecimento que estavam sendo utilizadas contas delas para fazer essa movimentação já vai ficar caracterizada a lavagem de capital", disse a delegada.

Fonte: G1