“Ele não aceita o termino”: o plano era mudar de vida, mas resultou em uma noite de ‘terror’

Foto: Jornal Razão

Estefane Santos, moradora do bairro Jardim Praia Mar, em Itapema (SC), rompeu o silêncio após sofrer uma das agressões mais graves desde que deixou o Rio Grande do Sul em busca de uma nova vida. A jovem, que chegou ao litoral catarinense há nove meses para tentar recomeçar ao lado do companheiro, hoje vive sob medo constante enquanto o agressor segue foragido.

A relação, segundo ela, sempre foi marcada por brigas e controle. Mas na noite desta quarta feira (10), a violência atingiu o limite. Estefane havia acabado de chegar do trabalho quando pediu ao ex companheiro que fosse embora para a casa onde ele mora atualmente. A resposta foi um ataque imediato.

“Eu cheguei do serviço, pedi pra ele ir pra casa, e ele disse simplesmente que não ia. Aí eu fui dormir, quando eu levantei, disse novamente pra ele ir pra casa. E aí ele veio aqui na rua, deu uma volta e entrou. Na entrada dele, foi quando ele já entrou me dando um soco e correu pro banheiro, pegou a faca e eu já vim logo pra rua.”, relatou.

Minutos depois, câmeras de segurança registraram o momento em que ele a arrasta para fora de casa com extrema brutalidade. As marcas no chão ainda mostram a intensidade da agressão.

Estefane diz que parte do episódio é um borrão na memória. “Quando eu vi, tava no chão. Minha filha viu tudo. Ela gritava e nem isso fez ele parar.” A menina presenciou cada instante, enquanto a mãe tentava se defender.

O agressor fugiu antes da chegada da Polícia Militar e da Guarda Municipal, que seguem em buscas por ele, já que o crime aconteceu em situação de flagrante. Desde então, Estefane vive em alerta permanente. “Eu não fico descansada. Saio às 9 da manhã, volto meia noite. Fico pensando se pode acontecer algo com a minha filha enquanto eu não estou.”

Na manhã de quinta-feira (11), uma equipe da Guarda Municipal se prontificou e acompanhou a vítima até a Delegacia da Mulher, onde ela registrou o caso, solicitou medida protetiva e deu início aos procedimentos legais, incluindo exame de corpo de delito.

Estefane e o ex companheiro estavam juntos há três anos e meio. Eles chegaram a morar em Porto Belo e Meia Praia, mas a convivência sempre foi marcada por discussões. Após a separação, ele voltou ao Rio Grande do Sul, mas retornou recentemente pressionando para que o relacionamento fosse retomado. “Ele mandava mensagens dizendo que me amava, mas não era amor. Era controle.”

Há cerca de duas semanas, ela já havia acionado a Polícia Militar porque o ex tentava permanecer na casa contra a vontade dela. Os mesmos policiais que atenderam aquela ocorrência estiveram novamente no local na noite do ataque.

Sem ter outra alternativa, Estefane adaptou sua rotina para sobreviver. “Vou de Uber, volto de Uber, não ando mais sozinha na rua. É o que eu preciso fazer até a polícia pegar ele. Quando pegarem, talvez eu consiga respirar um pouco.”

A comunidade do Jardim Praia Mar se mobilizou em apoio à vítima, enquanto autoridades reforçam o monitoramento na região. Estefane, ainda muito abalada, tenta recuperar a sensação de segurança que buscava quando decidiu iniciar uma nova vida em Santa Catarina.

Fonte: Jornal Razão