Estudo aponta que consumo de café pode reduzir o envelhecimento celular

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A receita para manter células jovens por mais tempo parece incluir uma boa xícara de café todos os dias. Uma só não, várias. A relação entre o envelhecimento celular e a bebida foi revelada em uma pesquisa de psiquiatras ingleses e noruegueses publicada em 25 de novembro no BMJ Mental Health.

Os investigadores analisaram como o consumo de café afetava pessoas com transtornos mentais graves, que em geral possuem telômeros (a extremidade dos cromossomos) mais curtos e desgastados que o restante da população.

Quanto de café eles tomaram?

Segundo o estudo, voluntários que consumiam três ou quatro xícaras de café por dia tiveram telômeros mais longos e seus marcadores de envelhecimento celular foram menores que os de participantes que consumiam a bebida em excesso ou a evitavam.

O estudo aponta que esse consumo moderado pode retardar processos biológicos em cerca de cinco anos quando comparado a participantes que não bebiam o estimulante. A ingestão acima de quatro xícaras, porém, não gerou efeitos benéficos e pode ter até acelerado danos celulares.

Os pesquisadores destacam que propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias presentes no café podem explicar a diferença observada entre os grupos.

“Os telômeros são altamente sensíveis tanto ao estresse oxidativo quanto à inflamação, o que destaca ainda mais como a ingestão de café pode ajudar a preservar o envelhecimento celular em uma população cuja fisiopatologia pode estar predispondo-a a uma taxa acelerada de envelhecimento”, escreveram os autores do estudo.

Como foi feita a pesquisa?

Participaram 436 adultos acompanhados entre 2007 e 2018. Eles tinham transtornos como psicose, esquizofrenia e bipolaridade. Os participantes relataram a ingestão diária de café e foram separados em grupos de zero a cinco ou mais xícaras.

Autoridades de saúde internacionais como o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos aconselham manter a ingestão diária de cafeína em, no máximo, 400 mg/dia, aproximadamente 800 ml da bebida coada.

Os autores destacam que o estudo é observacional e não indica causa direta. Detalhes como tipo de café, horário da ingestão e teor exato de cafeína não foram registrados, o que exigirá novas investigações com métodos mais controlados.

Fonte: Metrópoles