Grupo com médicos e advogada do Paraná é acusado de fraudar benefícios do INSS com atestados falsos

Foto: Elessandra Amaral/RPC

Um grupo com diversos médicos, uma advogada, um comerciante e uma despachante é suspeito de produzir atestados falsos para viabilizar a obtenção de aposentadorias do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

Segundo as investigações, eles aplicavam golpes tanto no INSS, quanto nos beneficiários, pois cobravam valores altos prometendo benefícios permanentes, mas obtinham apenas auxílios temporários. 

Os suspeitos foram alvos de uma operação da Polícia Federal (PF) que cumpriu três mandados de busca e apreensão na manhã desta quinta-feira (12) em Curitiba e Ponta Grossa, nos Campos Gerais do Paraná.

O grupo foi descoberto a partir da despachante, que segundo a polícia era quem oferecia "aposentadorias" do INSS às vítimas. Ela foi presa preventivamente pela Polícia Civil.

"A investigação conduzida pela Polícia Civil identificou que para o cometimento dos crimes o esquema contava com a participação de médicos assistentes, uma suposta advogada e um comerciante, que cedia o espaço para as reuniões de interessados e cobranças de valores".

As investigações contaram com o apoio da Coordenação-Geral de Inteligência da Previdência Social do Ministério da Previdência Social e foram continuadas pela Polícia Federal.

Segundo a Coordenação-Geral de Inteligência da Previdência Social, o prejuízo identificado supera R$ 300 mil, com base em 70 benefícios por incapacidade temporária concedidos indevidamente.

De acordo com a PF, os envolvidos devem responder pelos crimes de associação criminosa e estelionato, previstos no Código Penal, "além do artigo 2º da Lei no 12850/2013, em face dos indícios da prática de crimes de estelionato contra o INSS praticados por organização criminosa".

Os nomes dos suspeitos não foram revelados. O portal tenta identificar as defesas deles.

Em nota, o Conselho Regional de Medicina do Paraná (CRM-PR) disse que tomou ciência dos fatos e irá oficiar a Polícia Federal para ter elementos para instaurar uma sindicância.

"Os processos no CRM-PR tramitam respeitando-se a ampla defesa e o contraditório. Caso sejam comprovados os fatos, a pena pode ser desde uma advertência confidencial em aviso reservado, podendo chegar até a cassação do exercício profissional, a depender da gravidade",diz o texto.

O portal também entrou em contato com a seção estadual da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-PR) e aguarda resposta.

Fonte: G1