Um adolescente de 15 anos foi apreendido em Simplício Mendes, no Piauí, nessa quinta-feira (5/6), logo após planejar um “desafio” no Discord em que cometeria um estupro virtual. O crime seria transmitido ao vivo. O menor também é acusado de propagar automutilação e obrigar as vítimas, por meio de ameaças, a torturar outros alvos, como animais e irmãos mais novos.
Todos os crimes ordenados por ele deveriam ser gravados e disponibilizados na comunidade digital; caso contrário, imagens e conversas comprometedoras seriam vazadas. As informações são do Núcleo de Observação e Análise (Noad), da Polícia Civil de São Paulo, responsável pela interceptação e apreensão do suspeito.
De acordo com os agentes do núcleo, o adolescente usava dados cadastrais da avó para acessar o Discord e propagar violência.
“Nós já estávamos acompanhando esse grupo há um tempo, fizemos ações pontuais, mas quando vimos que esse menino, que chama a atenção por ser extremamente violento, e havia planejado o próximo ‘desafio’, nós imediatamente embasamos todas as conversas e imagens em um relatório e acionamos as autoridades do Piauí”, explicou a delegada Lisandréa Salvariego, coordenadora do Noad.
Crimes virtuais ocorrem principalmente durante a madrugada, de acordo com os policiais civis. Os agentes seguem monitorando as plataformas digitais para tentar impedir a propagação desses abusos.
Para Lisandréa, “esse enfrentamento contínuo trouxe um novo sentido para a madrugada”. “Cada vítima que a gente consegue ajudar e cada família que a gente consegue alertar sobre os perigos das redes, faz tudo valer a pena”, avaliou.
Nessa quarta (4/6), dia anterior à apreensão do menor no Piauí, um adolescente de 17 anos foi apreendido em Recife, Pernambuco, também por praticar crimes virtuais no Discord.
Ele é acusado de liderar uma comunidade virtual que propaga crimes de estupros virtuais, automutilação, pornografia infantil, injúria, homofobia e terrorismo, entre outras infrações.
Assim como no caso do Piauí, policiais do Noad interceptaram o adolescente e comunicaram a polícia pernambucana, que apreendeu o menor.
Segundo Lisandréa, o menor cometia os crimes há pelo menos três anos, e já fez mais de 200 vítimas de automutilação e estupro virtual.
Ele já havia sido apreendido por 45 dias em novembro do ano passado, mas foi solto. Na ocasião, zombou da Justiça brasileira, conforme mostrou uma conversa interceptada pelos policiais civis.
“Agora a internação dele não tem prazo”, disse a coordenadora do Noad.
Fonte: Metrópoles 
Karoline
Foto: Material cedido ao Metrópoles

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