A defesa de Anderson Torres, ex-ministro da Justiça de Jair Bolsonaro (PL), desistiu de ouvir três das seis testemunhas que tinha indicado para esta quinta-feira (29/5) em ação penal que apura uma suposta tentativa de golpe de Estado para impedir o funcionamento regular dos Poderes da República e destituir o governo eleito em 2022.
As oitivas ocorrem por meio de videoconferência e são presididas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Um dos nomes previstos para falar como testemunha de Anderson Torres era Paulo Guedes, ex-ministro da Economia de Bolsonaro. No entanto, na abertura da audiência, o advogado de Torres, Rafael Viana, abriu mão do depoimento dele.
Foram dispensadas ainda as testemunhas Celio Faria, ex-ministro da Secretaria de Governo da Presidência da República (Segov) no governo Bolsonaro a partir de 2022 e que assumiu a missão de ser o interlocutor entre o governo federal e o Congresso Nacional à época; e Adler Anaximandro Cruz e Alves, que faz parte dos quadros da AGU desde 2003 — é procurador federal e ex-vice da Advocacia-Geral da União (AGU).
Ficaram mantidas três testemunhas. Veja:
Bruno Bianco: ex-advogado-geral da União na gestão de Jair Bolsonaro (PL), que é réu na ação penal junto com Anderson Torres;
Wagner Rosário: ex-ministro-chefe da Controladoria-Geral da União (CGU) de 2017 a 2022;
Adolfo Sachsida: advogado e membro da equipe de economia de Jair Bolsonaro até 11 de maio de 2022, quando foi nomeado ministro de Minas e Energia. Ficou no cargo até 31 de dezembro de 2022.
Entre os oito réus da ação penal do chamado “núcleo 1”, Torres foi o que mais indicou testemunhas. No total, o ex-ministro indicou, de início, 38 das 82 totais. Ao longo das audiências, a defesa desistiu de três e uma faltou. Nesta quinta, desistiu de mais três.
Até o momento, o Supremo ouviu testemunhas indicadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR) — ou seja, de acusação —, além de depoentes apontados pelo colaborador e ex-ajudante de ordens Mauro Cid; pelo general Walter Souza Braga Netto; pelo deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ); pelo ex-comandante da Marinha, almirante Garnier Santos; e pelo ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno e de Anderson Torres.
Ao denunciar Anderson Torres, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, afirmou que o ex-secretário de Segurança do Distrito Federal e ex-ministro da Justiça de Jair Bolsonaro (PL) integrou uma organização criminosa desde junho de 2021.
De acordo com a acusação, o grupo, que seria liderado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), teria atuado nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023 e “utilizou violência e grave ameaça com o objetivo de impedir o regular funcionamento dos Poderes da República e depor um governo legitimamente eleito”.
O primeiro indício da participação de Torres na suposta trama, segundo Gonet, remonta a uma live de Bolsonaro, na qual o então ministro “contribuiu para a propagação de notícias inidôneas sobre o sistema eletrônico de votação”.
Com relação especificamente aos atos do 8 de Janeiro, Gonet apontou que Torres e outros integrantes das forças de segurança “revelaram descumprimento deliberado do dever que se lhes impunha, no âmbito das suas responsabilidades na segurança pública, de prevenir exatamente as barbaridades ocorridas”.
Fonte: Metrópoles 
Karoline
Foto: Metrópoles

0 Comentários