Tratamento preventivo da tuberculose cresce 43% e reforça controle da doença no Paraná

Foto: SESA-PR

O Paraná registrou um aumento de 43,43% na cobertura de prevenção à tuberculose entre 2021 e 2024, segundo informa a Divisão de Doenças Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis (DCIST) da secretaria estadual da Saúde (Sesa). Esse avanço foi possível com a ampliação, principalmente, do Tratamento Preventivo da Tuberculose (TPT) para pessoas que tiveram contato com pacientes diagnosticados e pessoas vivendo com HIV. Em 2021, foram notificados 769 casos de tratamento preventivo, número que saltou para 1.103 em 2024. 

O TPT é uma importante estratégia para interromper a cadeia de transmissão da doença, prevenindo o desenvolvimento da forma ativa da tuberculose em indivíduos infectados pelo bacilo, mas ainda não doentes.

De acordo com Juliana Taques, que atua na Divisão e é responsável técnica do Plano Estadual pelo Fim da Tuberculose, a expansão no uso do TPT contribui de maneira decisiva para reduzir a incidência e a propagação da doença, uma das mais infecciosas, com impacto global significativo.

“O tratamento preventivo interrompe a transmissão da doença e reduz casos ativos. Nesse sentido, a avaliação dos contatos, seguida do diagnóstico precoce é o princípio, é por onde começamos esse rastreamento. Com isso, podemos iniciar o tratamento, que é a forma mais simples e eficaz nesse controle, além claro da conscientização das pessoas”, explica Juliana Taques. “A possibilidade de intervenção precoce e prevenção da forma latente da tuberculose podem mudar todo o cenário da doença”, enfatiza.

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TESTE - No reforço ao enfrentamento à doença, a Sesa disponibiliza desde 2022 os testes IGRA (Interferon-Gamma Release Assay) nas Regionais de Saúde de Ponta Grossa, Maringá, Toledo, Londrina e no município de Curitiba. Nesse período já foram realizadas 3.914 testagens. O teste IGRA é um exame de sangue utilizado para diagnosticar a infecção latente por tuberculose, ou seja, quando a bactéria Mycobacterium tuberculosis está presente no organismo, mas não está causando a doença ativa.

Além disso, a rede estadual conta com laboratórios equipados com o Teste Rápido Molecular para Tuberculose (TRM-TB), um recurso avançado que agiliza o diagnóstico da doença.

SAÚDE PÚBLICA - A tuberculose é um grave problema de saúde pública no Brasil e no mundo. Em 2024, a Organização Mundial da Saúde (OMS) registrou mais de 10 milhões de casos de tuberculose globalmente, com um aumento constante desde 2021. 

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No Paraná, em 2023, foram registrados 2.642 casos, com 210 óbitos. Em 2024, houve pequeno aumento no número de casos, 2.707 registros, e redução de óbitos, com queda para 193. Já em 2025, desde o início do ano, foram 761 casos, de acordo com dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan).

A meta é reduzir o número de óbitos por tuberculose em 95% até 2030. “O óbito por tuberculose é considerado um evento evitável. Ao realizar a vigilância dos óbitos é possível conhecer a trajetória que a pessoa percorreu na rede de atenção à saúde para que seja possível evitar outros casos”, ressaltou a diretora de Atenção e Vigilância da Sesa, Maria Goretti David Lopes.

VACINAÇÃO – Uma das formas de proteção contra formas graves da doença é a vacina BCG. Em fevereiro de 2024 o Estado iniciou a implementação desse imunizante em maternidades, agora com 29 maternidades de alto risco, além da Mater Dei, em Curitiba.

A aplicação da vacina BCG é preconizada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo Ministério da Saúde (MS) nas primeiras horas de vida ou nos primeiros 30 dias de vida.

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APRIMORAMENTO – Desde a segunda-feira (12), o Laboratório Central do Estado (Lacen) recebe a visita técnica do Ministério da Saúde para o aprimoramento conjunto das ações de controle da tuberculose no Estado. A partir desta visita, serão propostas ações estratégicas para aprimorar o diagnóstico laboratorial e a gestão do processo e controle da doença.

O foco da visita foi o Setor de Micobactérias do Lacen para acompanhamento das atividades de diagnóstico e das instalações. Participaram a equipe técnica responsável pelo Laboratório de Tuberculose do Lacen e da DCIST da Sesa; representantes do Laboratório de Referência Regional (Lacen/ES), do Laboratório de Referência Nacional/Fiocruz e do Ministério da Saúde.

Fonte: Catve