Pastor é preso dois anos após ser denunciado por dopar e estuprar homem no Paraná

O pastor de uma igreja evangélica foi preso dois anos depois de ser denunciado por dopar e estuprar um homem de 27 anos em Ponta Grossa, nos Campos Gerais do Paraná, no golpe conhecido como "Boa Noite, Cinderela".

De acordo com a Polícia Civil, o pastor, que na época tinha 37 anos, drogou a bebida da vítima com um remédio contra insônia, levou o homem para o próprio apartamento e, após estuprá-lo, o deixou desacordado, sem roupas e sem celular no meio da rua. Saiba mais abaixo.

O caso foi denunciado e investigado em 2022, quando, segundo o delegado Derick Moura Jorge, o cumprimento de um mandado de busca e apreensão encontrou algumas provas na casa do pastor.

"Foram localizados na residência do investigado o aparelho celular da vítima, a camisa usada pela vítima no dia dos fatos, bem como o medicamento [usado para dopar a vítima], sendo apreendido o aparelho celular do autor, no qual continham buscas relacionadas aos efeitos do citado medicamento para a prática de crimes sexuais, o que demonstra que o investigado teria planejado a sua conduta de modo premeditado", afirma Jorge.

Na época, a polícia pediu a prisão preventiva de Skiba, mas, segundo o delegado, a Justiça não aceitou por entender que as provas eram insuficientes.

O caso foi encaminhado ao Ministério Público (MP), que oficializou a denúncia criminal. Porém, durante o julgamento o pastor foi inocentado, "sob o argumento de que as provas eram insuficientes", reforça o delegado.

"Inconformado, o Ministério Público apresentou recurso, tendo o Tribunal de Justiça do Estado do Paraná reformado a sentença de primeiro grau e condenado o investigado à pena de oito anos e três meses de prisão em regime fechado", explica.

O mandado de prisão foi expedido no dia 30 de outubro de 2024 e cumprido no dia 5 de novembro.

Jean Carlos Skiba está preso na Cadeia Pública de Ponta Grossa. A Defensoria Pública, que atuou na defesa dele, disse que vai se manifestar apenas nos autos do processo.

Entenda o caso

De acordo com o delegado Derick Moura Jorge, a vítima estava em um bar quando o pastor se aproximou para conversar.

Nesse meio-tempo, o pastor colocou uma dose do medicamento que causa sonolência no copo da vítima, que começou a se sentir mal. O condenado, então, ofereceu uma carona ao homem, mas o levou para o próprio apartamento, onde o estuprou. Depois, pegou o celular e as roupas da vítima e a deixou em uma rua da cidade, ainda desacordada.

O delegado afirma que o pastor é casado e que cometeu o crime em um dia que a esposa estava viajando.

Segundo Jorge, a condenação foi referente a um caso, mas a polícia tem investigações que apontam que o pastor pode ter feito outras duas vítimas, agindo da mesma forma.

O delegado também afirma que o pastor não conhecia as vítimas anteriormente e não contava o nome verdadeiro a elas.

Ele não tem antecedentes criminais e estava atuando como líder religioso até o dia em que foi preso, complementa.

"A Polícia Civil reforça a necessidade das pessoas tomarem o máximo de cuidado em festas e outras aglomerações de pessoas, evitando se afastarem de seus copos e, em nenhuma hipótese, consumindo bebidas de desconhecidos", ressalta o delegado.

Fonte: G1