Militares envolvidos no furto de pistolas serão destituídos do Exército Brasileiro

O General Evandro Luis Amorim Rocha do Exército Brasileiro falou sobre a recuperação das nove pistolas furtadas do 33º Batalhão de Infantaria Mecanizado.

O sumiço foi percebido no último domingo (17 de novembro) e uma grande operação foi desencadeada para encontrá-las.

As primeiras quatro armas foram encontradas em uma casa localizada em Espigão Alto do Iguaçu. Um homem foi preso em flagrante e na ação munições também foram apreendidas.

A quinta arma foi localizada às margens da PR 484 nas proximidades de Três Barras do Paraná, aproximadamente 10 quilômetros do trevo da cidade. Ela foi achada em meio a mata uma pistola Beretta calibre 9mm 975 e uma caixa com 50 munições.

As últimas quatro armas foram encontradas em uma área desabitada na área rural de Santo Antônio do Sudoeste.

Em entrevista coletiva, o General Amorim informou que os militares envolvidos na ação, assim que comprovada a participação, serão destituídos.

"Se dentro desses autores, aqueles que são militares, imediatamente identificados, além do processo penal, será aberto também um processo disciplinar correspondente e serão Excluídos do Exercito Brasileiro", afirmou.

O general explicou sobre o sistema de segurança adotado. Ele explica que existem para a segurança dos equipamentos e armamentos protocolos de seguranças que formam camadas de seguranças, e que elas são compostas por ações e fiscalizações, mas o elo fraco foram pessoas.

"Por inação, incompetência ou até por ingenuidades alguns militares negligenciam as ações, fiscalização e quando esses eventos se alinham surge janela de oportunidade para que pessoas mal intencionadas tomem atitudes como a que ocorreu", afirmou.

Novos protocolos devem ser adotados para evitar que outras situações como essa ocorram. Foi informado também que os procedimentos adotados não são fixos para que uma rotina não seja criada.

CINCO MILITARES PRESOS

Conforme informado, até o momento cinco militares foram presos. O General ressaltou que os cinco primeiros detidos estavam envolvidos diretamente nas ações de fiscalizações necessárias para evitar que algo acontecessem.

"A pronta intervenção foi porque havia fortes indícios de que esses cinco não se comprometeram com o serviço como deveriam, não executaram as ações que eram previstas para eles, e não fiscalizaram as ações como deveriam fiscalizar. Diante disso o Comando do Batalhão entendeu que havia transgressão disciplinar e aplicou a pronta intervenção e aguarda agora a conclusão no processo disciplinar para aplicação da punição que couber conforme regulamento disciplinar do Exército.", explicou.

Ao ser questionado, o general comentou que outros militares podem ser responsabilizados, pois no curso da investigação ficará demonstrado como essa retirada aconteceu e diante disso os responsáveis serão indicados.

PROCESSO DISCIPLINAR

o Processo disciplinar, segundo o general Amorim, é baseado no Regulamento Disciplinar do Exército Brasileiro que regula como devem ser conduzidas as ações disciplinares e neste documento consta o anexo 1.

Nesse documento, são listadas uma série de transgressões disciplinares que quando identificada uma, diante da sua gravidade, é adotada uma medida de prisão pronta intervenção.

Imediatamente é entregue ao militar, uma ficha de avaliação de transgressão disciplinar, onde ele tem contraditório e ampla defesa proporcionado. 

Dada essa fase, ele tem até três dias úteis para apresentar a defesa. Na sequência, ela é julgada pelo Comandante Imediato e aplicada a punição conforme a graduação prevista no Regulamento Disciplinar. Esse regulamento também dá a possibilidade de recursos nos níveis hierárquicos.

RESULTADO OPERAÇÃO ÁGATA

Foi demonstrado o resultado da Operação Ágata (4a 8 de novembro de 2024 a partir de 17 novembro de 2024)

  • 160 militares empregados
  • 42 viaturas
  • R$ 653 mil em contrabando e descaminho
  • 20 toneladas de drogas
  • 936 pacotes de cigarros
  • 3 veículos apreendidos e
  • 14 armamentos apreendidos

Fonte: Catve