Câmeras de segurança e registros de moradores mostraram dois ataques de cães da raça pitbull em cidades do Paraná, no último fim de semana. Um deles aconteceu na sexta-feira (22), em Ponta Grossa, nos Campos Gerais. Outro foi no sábado (23), em Londrina, norte do estado.
No primeiro ataque, um pitbull aparece mordendo e arrastando outro cachorro pela rua. A situação foi registrada por um morador na esquina entre as ruas Aguinaldo Guimarães da Cunha e Roberto Rizental, no Parque Nossa Senhora das Graças, em Ponta Grossa.
O animal atacado, que era cuidado pela comunidade, foi encaminhado para atendimento pelo Centro de Referência para Animais em Risco, mas não resistiu aos ferimentos e morreu no sábado (23), segundo a Polícia Civil do Paraná.
A polícia identificou e responsabilizou a tutora do Pitbull, uma mulher de 26 anos, que foi ouvida na manhã desta segunda-feira (25). Ela assinou um Termo Circunstanciado de Infração Penal pela omissão de cautela na guarda de animais. A pena pode chegar a dois anos de prisão.
Câmeras registraram ataque em Londrina
No segundo caso, que aconteceu na Rua Uruguai, no centro de Londrina, câmeras de segurança registraram o momento em que dois cães da raça pitbull atacaram outros dois cachorros. Os cães de porte grande estavam soltos e sem supervisão, enquanto os outros passeavam de coleira com a tutora.
Nas imagens, a mulher saiu do prédio com os animais e foi surpreendida pelos pitbulls. Na tentativa de proteger os cachorros menores, ela acabou caindo na calçada.
Um dos cães atacados conseguiu fugir e foi colocado para dentro do portão por uma vizinha. O outro se soltou da coleira e continuou sendo perseguido pelos pitbulls.
Depois de algumas pessoas apareceram para ajudar, a mulher conseguiu recuperar o segundo animal.
Tutores podem responder civil e criminalmente
Conforme a Polícia Civil, os casos servem como alerta, uma vez que os tutores dos cães são responsáveis por danos ou lesões causados pelos animais, nas esferas cível e criminal.
Trata-se de uma contravenção penal: deixar em liberdade, confiar à guarda de pessoa inexperiente, ou não guardar com a devida cautela animal perigoso. A pena pode ser de prisão de até dois anos, multa e apreensão do animal.
Também pode ser responsabilizado quem:
- na via pública, abandona animal de tiro, carga ou corrida, ou o confia à pessoa inexperiente;
- excita ou irrita animal, expondo a perigo a segurança alheia;
- conduz animal, na via pública, pondo em perigo a segurança alheia.
A polícia reforçou ainda que a população denuncie situações parecidas de forma anônima através do Disque-denúncia 181, via telefone ou site, ou telefone 197 da Polícia Civil do Paraná.
De acordo com o médico veterinário e adestrador Lucas Berzotti, algumas raças têm pré-disposição para o combate e podem apresentar maior dificuldade de socialização.
"Não quer dizer que todos os cães vão se comportar dessa maneira. Pastor Alemão, Rottweiler, Pitbull, cães que são muito fortes causam lesões graves e se você não tiver o controle sobre o cachorro. Se ele não passou por adestramento, não tem boa socialização, pode dar problema", explicou.
Berzotti reforçou que, tanto em ruas quanto em condomínios, os animais precisam estar presos a uma guia e, em alguns casos, devem utilizar focinheira, conforme legislação municipal. Além disso, o veterinário recomendou adestramento para cães de grande porte, de preferência, ainda quando filhote.
O adestrador explicou ainda que, durante o ataque, o limiar de dor do animal aumenta. Isso significa que, caso alguém tente agredi-lo, ele sentirá pouco, e a pessoa poderá se tornar uma nova vítima.
O adestrador ensinou que a melhor técnica para conter o comportamento agressivo do cachorro, de forma segura e efetiva, é causar uma asfixia mecânica no animal.
"A melhor maneira é você conter ele através da asfixia mecânica. Pega uma corda, uma cinta ou a coleira e passa em volta do pescoço do cachorro, traciona para cima, a hora que faltar o ar, ele vai soltar a mordida e você vai conter o cachorro", afirmou.
Fonte: G1
0 Comentários