Dengue no Paraná: projeção indica alta de casos em 2025 e Saúde explica cenário de risco

Foto: AEN

Pesquisadores já debatem as projeções para a dengue em 2025. Segundo a pesquisadora Cláudia Codeço, coordenadora do InfoDengue da Fiocruz, a perspectiva é de que os estados da região Sul do país, como Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, sejam os mais afetados pela doença neste ano. A Secretaria Estadual de Saúde do Paraná (Sesa) afirmou que monitora a situação e explicou o cenário de risco.

Em entrevista ao podcast Repórter SUS, a pesquisadora Cláudia Codeço, coordenadora do InfoDengue da Fiocruz, contou que a região Sul é a que mais inspira cuidados em 2025. Segundo a pesquisadora, o risco pode ser maior devido à baixa exposição histórica da população ao mosquito Aedes aegypti, o que resulta em menor imunidade natural. Ainda conforme ela, a região Sudeste também pode sofrer com a doença, em especial São Paulo e Minas Gerais.

Dengue no Paraná em 2025: cenário de risco

Em entrevista para o portal RIC.com.br, Ivana Belmonte, Coordenadora de Vigilância Ambiental da Sesa, afirmou que o órgão tem ciência das projeções para este ano e que monitora a doença de forma permanente. A coordenadora contou que um dos fatores de risco é a questão climática no Sul do país.

“As mudanças climáticas são o maior fator que afetam esse aumento. No último período epidemiológico, o Paraná, como outros estados do Sul , Sudeste e Centro-Oeste, foi afetado pelo fenômeno El Niño, trazendo chuvas constantes e temperaturas elevadas que amplificam a proliferação vetorial. Ainda, regiões que antes não eram afetadas por serem de clima mais ameno, agora apresentam aumento de infestação vetorial e, consequentemente, maior número de casos”, explicou Ivana.

Ainda, a Sesa informou que as capacitações com as regionais de Saúde foram intensificadas na região Macro Leste do Paraná – que é composta por cidades como Curitiba, Região Metropolitana e Litoral.

Ivana relatou ainda, assim como citado pela pesquisadora da Fiocruz, que um dos alertas é para a mudança de sorotipos da doença em circulação e o percentual de pessoas suscetíveis à infecção. “Neste momento vários estados estão tendo um aumento da circulação do DENV3“, contou ela.

“De acordo com as análises do canal endêmico, a projeção indica um aumento do número de casos  ainda abaixo do último período epidemiológico, mas podendo subir, caso o DENV3 circule em todo o Estado“, explicou Ivana.

Atendimento aos pacientes com dengue no Paraná

Sobre o atendimento aos possíveis infectados com a doença em 2025, Ivana contou que a Sesa monitora os leitos dos hospitais e garantiu que não haverá desassistência a nenhum paciente, mesmo com as projeções.

“O Paraná possui uma ampla rede hospitalar onde são concentrados os pedidos de transferência de pacientes entre os serviços de saúde. Caso haja necessidade, existe o remanejamento de pacientes, o que é comum e pode ocorrer dentro dos municípios que compõem as Macrorregiões ou entre as quatro Macros, de acordo com a disponibilidade do serviço, visando um melhor e pronto atendimento ao paciente”, disse Ivana.

 Foi publicado nesta terça-feira (28) o boletim semanal da dengue pela Sesa. Segundo o levantamento, foram registrados 897 novos casos da doença e mais um óbito. Os dados do atual período epidemiológico, iniciado em 28 de julho de 2024, somam 66.024 notificações, 8.931 diagnósticos confirmados e três mortes.

A morte confirmada foi registrada no dia 30 de dezembro de 2024 e se trata do falecimento de um homem, de 67 anos, de Londrina, com comorbidades.

No total, 387 municípios já apresentaram notificações da doença, transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, e 295 possuem casos confirmados.

As regionais com os maiores números de casos confirmados neste período epidemiológico são a 17ª Regional de Saúde de Londrina (1.890); 14ª RS de Paranavaí (1.484); 2ª RS Metropolitana (629); 15ª RS de Maringá (596) e 12ª RS Umuarama (567).

Fonte: RICtv