Embora seja uma doença muito comum, a diabetes desenvolve sintomas lentamente e muitos de seus sinais são inespecíficos, por isso, muitas pessoas ficam anos enfrentando as complicações antes de ter o diagnóstico.
“Alertas sutis podem indicar que a glicose está em descompasso muito antes do diagnóstico oficial. Se aprendermos a reconhecer, conseguimos evitar que o paciente evolua para diabetes em estágio avançado, controlar e prevenir a doença”, explica a endocrinologista Elaine Dias JK, de São Paulo.
A diabetes não é uma doença só de pessoas que comem muito doce ou que são obesas. A combinação de sedentarismo e alimentação inadequada é um fator de risco para o desenvolvimento da doença, mas não o único. Histórico familiar, gestação, lesões no pâncreas e até o tabagismo e o consumo de álcool podem levar a uma maior incidência da doença, de acordo com o Ministério da Saúde.
No Brasil, são 16 milhões de brasileiros diagnosticados com a doença, mas estima-se que o número possa ser ainda maior. “Cerca de uma em cada três pessoas com diabetes ainda não sabe que tem a doença. Isso acontece porque o diabetes é uma doença silenciosa, que costuma apresentar sintomas apenas em fases mais avançadas”, revela Luiza Esteves, endocrinologista do Hospital São Marcelino Champagnat.
Por isso é importante que todos estejamos atentos aos sinais da doença. Os principais sintomas são fome e sede excessiva e vontade de urinar várias vezes ao dia. Eles, porém, costumam ser acompanhados de outros importantes sinais como o cansaço persistente, a dificuldade de perder peso e outros sinais menos específicos. Veja a lista.
Principais sintomas de diabetes
Sede excessiva.
Fome constante, mas sem ganho de peso.
Urina em excesso.
Aparecimento de bolinhas no braço, manchas escuras (especialmente no pescoço, virilha e axilas) e ou pequenas verrugas no corpo (comuns em estágios mais avançados da doença).
Acúmulo de gordura abdominal.
Em mulheres, acúmulo de pelos em decorrência do descompasso hormonal.
Em homens, disfunção erétil.
Cansaço e sonolência, especialmente após as refeições.
Falta de memória e dificuldade de concentração
Aumento da pressão arterial, retenção de líquido e queimação nos pés.
Complicações que surgem sem aviso
Ainda há sinais característicos de complicações de longo prazo da doença. A visão é afetada, ficando embaçada e podendo levar até à cegueira. As feridas na pele também passam a ter cicatrização mais lenta. Formigamento ou dormência em mãos e pés são muito comuns.
A exposição contínua à glicose elevada danifica vasos sanguíneos e nervos, por isso doenças cardiovasculares, como infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral (AVC) e problemas circulatórios em membros inferiores podem aparecer, levando a complicações graves como necessidades de amputação e até a morte.
“Atividade física regular, sono adequado e uma alimentação anti-inflamatória são pilares que podem mudar completamente o rumo da doença, especialmente para quem tem pré-diabetes. Mas, se necessário, temos hoje medicamentos modernos que ajudam tanto no controle glicêmico quanto na perda de peso e na proteção cardiovascular”, orienta Elaine.
O tratamento depende do tipo de diabetes do paciente. O tipo 2 é controlado, em muitos casos, com medicamentos orais e mudanças no estilo de vida. “O diabetes tipo 2 necessita de antidiabéticos orais e, em situações específicas, medicamentos injetáveis como os análogos de GLP-1 ou a insulina”, explica a Luiza. Já o tipo 1, mais comum em crianças e jovens, exige o uso diário de insulina. “Além do tratamento medicamentoso, é essencial adotar um estilo de vida saudável e monitorar regularmente a glicemia”, conclui a endocrinologista do Hospital São Marcelino Champagnat.
Fonte: Metrópoles
Foto: Reprodução

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