Doação de sangue salva vidas e garante atendimento nos hospitais

Foto: Gabriel Miguel/UEPG

Todos os dias, durante os 365 dias do ano, milhares de atendimentos hospitalares dependem de um insumo que não pode ser fabricado: o sangue. Ele é importante e até primordial em quase todos os setores: pronto-socorro, centro cirúrgico, unidades de terapia intensiva adulto, neonatal e pediátrica, enfermarias, obstetrícia e demais especialidades clínicas.

Um exemplo é o Hospital do Trabalhador (HT), em Curitiba, referência no atendimento a traumas no Paraná, esse recurso é determinante para garantir desde procedimentos de emergência até cirurgias de alta complexidade. A unidade realiza mais de 70 mil atendimentos por ano somente em casos de trauma, somando cerca de 96 mil em pronto-socorro e aproximadamente 15 mil cirurgias anuais.

O volume utilizado dentro do HT é tão superlativo quanto o número de atendimentos que faz e, segundo dados do Hemepar, está entre os cinco hospitais que mais recebem sangue no Paraná. A unidade consome 8.103 bolsas de sangue por ano, que possuem 450 ml cada. Ao todo são mais de 3,6 mil litros de sangue.

O sangue é primordial para auxiliar na recuperação de pacientes de cirurgias e pode salvar vidas no pronto-socorro. Os hemocomponentes – hemácias, plaquetas, plasma – também são essenciais para tratar infecções graves, atender pacientes na UTI, grávidas com complicações durante o parto, no tratamento de pacientes oncológicos, recém-nascidos prematuros e vítimas de grandes queimaduras.

“É um insumo absolutamente essencial dentro da estrutura hospitalar. Ele não é importante apenas para a reposição de grandes perdas sanguíneas em vítimas de acidentes ou em procedimentos cirúrgicos de urgência e de grande porte, mas também para diversas outras situações clínicas”, explicou o secretário de Estado da Saúde, Beto Preto.

DOAR É A ÚNICA SOLUÇÃO – Ao contrário do organismo humano, que produz sangue, o Hospital do Trabalhador depende unicamente de doações para que toda a estrutura e atendimentos não fiquem comprometidos. O fim de ano é uma de preocupação para a unidade, pois ela está integrada à rede do Hemepar, que sofre com a queda no volume de doações nessa época.

“A escassez de sangue pode levar ao adiamento de cirurgias, à limitação de tratamentos e ao aumento do risco para pacientes em estado grave. Precisamos manter estoques adequados de forma contínua, para que nenhum paciente seja prejudicado”, destacou a gerente do HT, Lúcia Waltrick.

Ela lembra que existem vários casos em que a disponibilidade imediata de sangue foi decisiva para salvar vidas, especialmente em atendimentos de emergência, como politraumas e grandes hemorragias, quando minutos fazem toda a diferença.

“A doação de sangue é um ato simples e seguro, que traz esperança a quem necessita continuamente, mantém o pleno funcionamento do sistema de saúde e impacta diretamente na preservação de vidas todos os dias”, completou Beto Preto.

A Hemorrede do Paraná, vinculada à Secretaria da Saúde (Sesa), registrou 97 mil doações, uma média de 17,9 mil doações por mês, em 2025. Com a chegada de dezembro, com viagens e festas de fim de ano, é preciso reforçar as doações para que não falte sangue durante esse período.

QUEM PODE DOAR – Para doar é necessário ter entre 16 e 69 anos completos. Menores de idade necessitam de autorização e presença do responsável legal. Os homens podem doar a cada dois meses, no máximo quatro vezes ao ano. As mulheres, a cada três meses, num total de três doações ao ano.

O doador deve pesar no mínimo 51 quilos, estar descansado, alimentado e hidratado (evitar alimentação gordurosa nas quatro horas que antecedem a doação) e apresentar documento oficial com foto (carteira de identidade, carteira do conselho profissional, carteira de trabalho, passaporte ou carteira nacional de habilitação). O sangue retirado de um doador é reposto rapidamente pelo organismo e não causa nenhum prejuízo.

Fonte: AEN