Polícia Civil apura morte de mulher após cesariana em hospital no Paraná

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A Polícia Civil do Paraná (PCPR) instaurou procedimento para apurar a morte de uma mulher de 31 anos, ocorrida após um parto cesariano realizado em um hospital com maternidade de Umuarama. Familiares compareceram à Delegacia da cidade no dia 12 de dezembro para registrar boletim de ocorrência comunicando o óbito.

De acordo com o registro policial, a paciente deu entrada no hospital no dia 7 de dezembro, onde passou por um procedimento de cesariana. Nos dias seguintes, apresentou agravamento significativo do quadro clínico, sendo necessária uma nova intervenção cirúrgica e posterior internação em Unidade de Terapia Intensiva (UTI), em estado considerado gravíssimo. O óbito foi confirmado no dia 13 de dezembro.

Em nota oficial, o hospital detalhou a evolução do caso. Segundo a instituição, a paciente chegou à unidade em trabalho de parto natural e, após avaliação clínica e obstétrica, optou pela realização da cesariana, decisão que, conforme o hospital, foi consciente e tomada após orientações médicas sobre os riscos do procedimento, com registros em prontuário.

Ainda conforme a nota, a cirurgia transcorreu sem intercorrências intraoperatórias, mas apresentava grau elevado de complexidade devido ao histórico cirúrgico da paciente, que incluía uma gestação ectópica anterior e uma cesariana prévia — fatores que aumentam o risco de aderências e complicações intestinais no pós-operatório.

O hospital informou que, após o parto, a paciente permaneceu sob acompanhamento médico, com avaliações e exames compatíveis com os sintomas apresentados, sem indícios clínicos ou laboratoriais de perfuração intestinal naquele momento. Diante da estabilidade observada, foi concedida alta hospitalar no dia 9 de dezembro, seguindo critérios técnicos assistenciais.

Na quarta-feira (10), a paciente procurou atendimento em um hospital de seu município de origem e, posteriormente, foi novamente encaminhada à maternidade. Após exames complementares e persistência do quadro clínico, foi submetida a uma cirurgia laparoscópica exploratória e internada em UTI.

Segundo o hospital, o quadro foi compatível com íleo paralítico pós-operatório associado à obstrução intestinal — uma complicação rara descrita na literatura médica, que pode ocorrer após cirurgias abdominais, inclusive cesarianas, especialmente em pacientes com histórico cirúrgico prévio. A condição possui diagnóstico inicial difícil e evolução imprevisível, podendo resultar em infecção generalizada.

Apesar das medidas médicas adotadas, a paciente evoluiu para óbito em decorrência de insuficiência respiratória aguda causada por choque séptico de foco abdominal, associado a abdômen agudo perfurativo, segundo o laudo clínico informado pela instituição.

A Polícia Civil informou que o caso será apurado para esclarecer todas as circunstâncias da morte, incluindo análise de prontuários médicos, laudos e eventuais responsabilidades, conforme os procedimentos legais.

Fonte: CGN