Foto: Polícia Militar do Paraná

Uma partida de jogo online ajudou a polícia a evitar um assalto em Guaíra, no oeste do Paraná. Uma criança de 10 anos ouviu, pelo áudio de uma partida de Fortnite, a abordagem de criminosos dentro da casa de um amigo. O menino contou ao pai, que acionou a Polícia Militar (PM). As vítimas foram encontradas amarradas dentro da residência.

O caso aconteceu na noite de sexta-feira (12), por volta das 22h19, no bairro Parque Anhembi. Segundo a PM, o pai do jovem entrou em contato com o Centro de Operações Policiais Militares (Copom) após o filho relatar que, durante o jogo, vozes ao fundo anunciando um roubo e rendendo os moradores da casa.

Segundo a Polícia Civil do Paraná (PCPR), a criança estava jogando Fortnite, um jogo de videogame onde 100 jogadores lutam para ser o último sobrevivente em uma ilha, coletando armas e construindo defesas. Durante a partida, os jogadores podem deixar o microfone aberto e se comunicar com outras pessoas, foi assim que o menino percebeu o assalto na casa do amigo.

Mesmo sem saber o endereço exato, o pai informou as proximidades da casa da vítima e disse que o morador tinha uma caminhonete preta.

As equipes iniciaram buscas na região e repassaram as informações à Rádio Patrulha Auto (RPA), que seguiu em direção às imediações da Ponte Ayrton Senna, rota comum para fuga e envio de veículos ao Paraguai.

A caminhonete foi localizada e abordada. O condutor foi preso. A partir da consulta da placa, a polícia identificou o endereço das vítimas e deslocou outra equipe até o local.

Vítimas estavam amarradas

No imóvel, os policiais encontraram a porta entreaberta e as luzes acesas, mas não ouviram pedidos de socorro. A equipe entrou na casa seguindo os protocolos de segurança, com apoio da Guarda Municipal. Um suspeito foi localizado no interior da residência e se rendeu.

As vítimas foram encontradas amarradas, uma na sala e outra em um dos quartos. Durante buscas no local, os policiais apreenderam um revólver calibre .38, municiado com três munições intactas. O suspeito assumiu a posse da arma.

"A mãe e o pai, os proprietários da casa, foram amarrados enquanto os filhos foram ameaçados. Um detalhe que mostra a crueldade desses criminosos é que, durante mais ou menos 40 minutos, houve essa tortura psicológica e esse criminoso chegou a apontar a arma para a cabeça da adolescente de 16 anos, dizendo que se ela olhasse para ele, ele ia atirar bem no olho dela. Isso mostra realmente a agressividade dessas pessoas que fazem esse tipo de crime", disse o delegado da PCPR, Ildelúcio Oliveira Melo.

O homem foi preso e levado, junto com o armamento, à 13ª Delegacia Regional de Polícia de Guaíra, onde o caso segue sob investigação.

Fonte: G1