A morte de Odara Victor Moreira, de 29 anos, assassinada a facadas em Curitiba pelo antigo companheiro durante uma briga, provocou uma onda de homenagens e manifestações de revolta nas redes sociais. O crime ocorreu na última sexta-feira (12), no bairro Portão. O caso é investigado pela Polícia Civil como feminicídio.
De acordo com informações da Polícia Militar, a equipe foi acionada pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) para atender uma ocorrência de violência doméstica. No local, os policiais encontraram o marido da vítima apenas de cueca e com o corpo ensanguentado. Ele afirmou que, durante a briga, conseguiu tomar a faca da esposa e a esfaqueou.
Ainda conforme o boletim de ocorrência, o casal estava separado, mas continuava morando na mesma residência. A equipe do Samu constatou o óbito de Odara no local, identificando ao menos quatro perfurações por arma branca. O homem também apresentava ferimentos, com três perfurações, sendo duas no abdômen e uma no braço. Ele foi encaminhado ao hospital, onde foi internado sob escolta policial, para aguardar cirurgia.
A confirmação da morte de Odara gerou ampla comoção. Movimentos de mulheres, sindicatos e amigas da vítima publicaram notas de repúdio, cobraram justiça e denunciaram a violência de gênero. Em nota oficial, a Marcha Mundial das Mulheres Paraná classificou o crime como mais um retrato da violência contra as mulheres e fez um apelo direto: “PAREM DE NOS MATAR!”.
No texto, a entidade destacou o impacto da perda. “É com profunda dor e tristeza que a Marcha Mundial das Mulheres Paraná manifesta o repúdio ao feminicídio de nossa companheira Odara, mulher negra, assassinada pelo ex-companheiro”, diz o comunicado.
A APP-Sindicato, onde Odara trabalhava há seis anos, também divulgou uma nota de pesar e indignação. Segundo a entidade, ela atuava como Assistente Técnica na sede estadual, realizando atendimento presencial, telefônico e por mensagens aos sindicalizados. “Trabalhadora dedicada, exercia suas atividades sempre com muito entusiasmo e um sorriso contagiante”, destacou o sindicato. Em sinal de luto, a sede estadual da APP, em Curitiba, permanecerá fechada nesta segunda-feira (15).
Nas redes sociais, amigas e conhecidas de Odara prestaram homenagens emocionadas, ressaltando sua personalidade, alegria e força. “Minha amiga amada, que Deus te receba de braços abertos. Você era uma mulher surreal”, escreveu uma amiga. Outra publicação afirmou: “Hoje é luto, mas também é revolta. Enquanto uma de nós morrer por ser mulher, nenhuma de nós estará segura”.
“Odara uma menina de luz, personalidade incrível, o seu coração era gigante e a sua vontade de vencer era surreal, Darinha a mana vai te amar eternamente!”. Há ainda mensagens que resumem o sentimento coletivo: “Era luz, uma mulher incrível e maravilhosa”, escreveu uma amiga da vítima.
Em declaração pública, a presidenta da APP-Sindicato, Walkiria Mazeto, destacou o simbolismo da perda. “A morte de Odara, uma mulher feminista e engajada na luta contra o racismo, reforça o quanto essa violência está mais próxima de nós do que imaginamos. Essa dor nos desafia a ampliar a atenção aos sinais da escalada da violência e a fortalecer a luta pela vida das mulheres”, afirmou.
Fonte: RICTV
Foto: Reprodução/Instagram

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