A comparação internacional, segundo dados divulgados pela Receita, é feita com base no ano de 2023 – por conta do atraso em obter dados de outras nações.
No ano retrasado, a carga brasileira somou 32,1% do PIB (pela metodologia anterior, usada por décadas) e 30,2% do PIB pelo novo formato de cálculo (que exclui contribuições destinadas ao FGTS e ao Sistema S).
▶️O peso dos tributos no Brasil, em 2023 ficou abaixo da média da OCDE – que somou 34,1% do PIB –, mas ficou bem acima da média dos países da América Latina e Caribe, que foi de 21,3% do PIB naquele ano.
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Com aumento de impostos, carga tributária bate recorde histórico em 2024 e alcança maior nível em mais de duas décadas
Carga tributária é o patamar de impostos pagos em relação à riqueza do país, englobando União, estados e municípios.
Por Alexandro Martello, g1 — Brasília
13/12/2025 04h00 Atualizado há 6 horas
A carga tributária brasileira cresceu em 2024 e bateu recorde, atingindo o maior nível em mais de duas décadas, apontam dados da Secretaria da Receita Federal do Ministério da Fazenda.
💰 Segundo o governo, o aumento é derivado do aumento de impostos federais e estaduais (leia mais abaixo). Em 2024, o índice teve alta de dois pontos percentuais em relação ao ano anterior.
🔎 Carga tributária é o patamar de impostos pagos em relação à riqueza do país, englobando União, estados e municípios.
💰Independentemente da metodologia usada, a carga tributária total de 2024, segundo dados oficiais da Receita Federal, bateu novo recorde ao atingir o maior nível desde o início da série histórica em 2002, ou seja, em mais de 20 anos.
Veja os vídeos que estão em alta no g1
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Neste ano, a Receita Federal mudou a metodologia de aferição da carga tributária e passou a excluir as contribuições destinadas ao FGTS e ao Sistema S – tributos pagos pelas empresas – do cálculo.
Embora admita que essas contribuições são obrigatórias, o órgão alega que a mudança no cálculo busca alinhar o indicador a diretrizes metodológicas internacionais, adotadas, por exemplo, pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), para possibilitar uma melhor comparação com outros países.
🔎 A Receita Federal é o órgão responsável por calcular o resultado oficial da carga tributária brasileira, algo que só é feito após as divulgações do PIB fechado do ano anterior e também da coleta de dados sobre impostos recolhidos pelos estados e municípios.
Tamanho da carga tributária
▶️Pelo formato anterior, utilizado durante décadas pelo governo, a carga tributária de 2024 somou 34,1% do PIB, novo recorde, representando aumento de dois pontos percentuais em relação ao ano anterior (32,1% do PIB).
Carga Tributária no Brasil (metodologia anterior)
Em % do PIB
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
2015
2016
2017
2018
2019
2020
2021
2022
2023
2024
31
32
33
34
30
35
Fonte: Receita Federal
▶️Considerando a nova metodologia oficial de cálculo do índice, a carga tributária brasileira avançou para 32,2% do PIB no ano passado, também maior patamar da série — com um aumento de dois pontos percentuais frente a 2023 (30,2% do PIB).
CARGA TRIBUTÁRIA BRASILEIRA
% DO PRODUTO INTERNO BRUTO
30,2730,27
31,7131,71
31,831,8
30,0930,09
31,3631,36
30,4230,42
29,8729,87
30,530,5
28,9928,99
31,1931,19
32,232,2
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
2015
2016
2017
2018
2019
2020
2021
2022
2023
2024
0
5
10
15
20
25
30
35
Fonte: RECEITA FEDERAL
"A exclusão desses componentes [contribuições destinadas ao FGTS e ao Sistema S] resultou em uma redução consistente nos níveis registrados ao longo de toda a série, sem, no entanto, alterar o perfil de evolução da carga ao longo do tempo, que segue refletindo os ciclos econômicos e alterações de política tributária observadas no período", observou a Receita Federal.
Veja a decomposição da carga tributária, considerando a nova metodologia da Receita Federal
A carga da União subiu de 19,9% do PIB em 2023 para 21,3% do PIB em 2024, uma alta de 1,4 ponto percentual
A carga dos estados avançou de 8,01% do PIB em 2023 para 8,46% do PIB em 2024, um crescimento de 0,45 ponto percentual
A carga tributária dos municípios, por sua vez, aumentou de 2,31% do PIB em 2023 para 2,44% do PIB em 2024, com elevação de 0,13 ponto percentual.
Aumento de impostos
A Receita admite que o aumento da carga tributária foi "significativo" no ano passado e que isso está relacionado com a elevação de impostos.
📈 O órgão também informou que houve aumento, em 2024, da carga tributária não somente do governo federal, mas também dos estados e municípios, ou seja, de todos os entes da federação.
▶️Segundo os números da Receita Federal, dos dois pontos percentuais do PIB de alta da carga tributária no ano passado, 70% do total é de responsabilidade do governo federal.
De acordo com o Fisco, o aumento na carga tributária em 2024 decorre, principalmente, das elevações no PIS/Pasep, Cofins (federais) e no Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) estadual, seguidos pelo IPI e IRRF (ambos da União).
"O crescimento da arrecadação do PIS/Cofins está associado, principalmente, à reversão de desonerações concedidas no exercício anterior [2023], notadamente sobre combustíveis, além da recuperação de receitas sobre a base do consumo em geral", informou a Receita Federal.
No caso do IPI, acrescentou a Receita Federal, a elevação é resultado da "retomada parcial de alíquotas" após os cortes promovidos em 2022.
Já o crescimento do Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) "pode estar relacionado ao aumento da massa salarial e de rendimentos pagos a pessoas físicas e jurídicas, acompanhando o dinamismo econômico de 2024, bem como da influência da tributação de fundos de investimento".
Relembre outros aumentos de impostos desde o início do governo Lula:
Tributação de fundos exclusivos, os "offshores";
Mudanças na tributação de incentivos (subvenções) concedidos por estados;
Tributação das bets;
Imposto sobre encomendas internacionais (taxa das blusinhas);
Reoneração gradual da folha de pagamentos;
Fim de benefícios para o setor de eventos (Perse);
Aumento do IOF sobre crédito e câmbio.
Imagem mostra notas e moedas de real — Foto: Caio Rocha/Framephoto/Estadão Conteúdo
Imagem mostra notas e moedas de real — Foto: Caio Rocha/Framephoto/Estadão Conteúdo
Comparação internacional
A comparação internacional, segundo dados divulgados pela Receita, é feita com base no ano de 2023 – por conta do atraso em obter dados de outras nações.
No ano retrasado, a carga brasileira somou 32,1% do PIB (pela metodologia anterior, usada por décadas) e 30,2% do PIB pelo novo formato de cálculo (que exclui contribuições destinadas ao FGTS e ao Sistema S).
▶️O peso dos tributos no Brasil, em 2023 ficou abaixo da média da OCDE – que somou 34,1% do PIB –, mas ficou bem acima da média dos países da América Latina e Caribe, que foi de 21,3% do PIB naquele ano.
CARGA TRIBUTÁRIA POR PAÍSES E BLOCOS EM 2023
% DO PIB (CONSIDERA PRINCIPALMENTE PAÍSES DA OCDE)
21,321,3
34,134,1
32,132,1
30,230,2
43,843,8
20,620,6
43,443,4
23,523,5
35,335,3
38,138,1
25,225,2
MÉDIA DA AMÉRICA …
MÉDIA DA OCDE (PA…
BRASIL (MÉTODO A…
BRASIL (NOVO FOR…
FRANÇA
CHILE
DINAMARCA
TURQUIA
REINO UNIDO
ALEMANHA
ESTADOS UNIDOS
0
10
20
30
40
50
Fonte: RECEITA FEDERAL
Segundo a Receita, comparações com outros países devem ser feitas "com cautela", uma vez que há "diferenças estruturais e institucionais relevantes" entre os sistemas tributários.
"Alguns países, por exemplo, contam com sistemas previdenciários predominantemente privados, cujas contribuições não são classificadas como tributos", informou.
"Além disso, variações metodológicas também influenciam os dados divulgados. Em algumas bases internacionais, receitas específicas como tributos sobre combustíveis ou determinadas contribuições parafiscais podem ser tratadas de maneira distinta ou até mesmo excluídas das estatísticas de arrecadação", acrescentou o Fisco.
Tributação alta sobre os mais pobres
Os números oficiais mostram ainda que a principal forma de tributação do país continuou sendo, no ano passado, os impostos sobre bens e serviços, ou seja, os tributos indiretos embutidos nos preços.
Eles somaram R$ 1,64 trilhão em 2024, ou 14% do PIB, representando 43,5% de toda a carga tributária brasileira no período.
Considerando o IOF, o percentual sobe para 14,6% do PIB, ou 45,3% da carga tributária total, valor elevado para os padrões internacionais.
Essa concentração dos impostos principalmente sobre o consumo penaliza os mais pobres, pois o peso dos tributos é o mesmo para todos (e consome, com isso, uma parcela maior da renda de quem ganha menos).
Esse é um problema que não foi corrigido com a reforma tributária, aprovada pelo Congresso, sancionada por Lula e que está em fase de regulamentação, que buscou manter o peso dos impostos sobre o consumo inalterado.
Por conta disso, a futura alíquota dos impostos federal, estaduais e municipais sobre o consumo da população será uma das maiores do mundo.
Comparação internacional (abaixo) mostra que o Brasil ficou, em 2023, bem acima da média da OCDE e de países mais desenvolvidos (França e Reino Unido), assim como de alguns emergentes (Turquia e Chile). Ficou mais próximo de países como a Grécia, Hungria e Portugal.
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