O homem de 51 anos que admitiu ser o responsável pela morte de Claudecir Costa Lima, de 52 anos, e do filho dele, Felipe Willyan Cardoso, de 17, apresentou-se na manhã desta terça-feira (9) na Delegacia de São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba. Ele chegou acompanhado pelo advogado, prestou esclarecimentos e, depois do depoimento, foi liberado.
Nas imagem de uma câmera de segurança registraram o crime. Nas imagens, o autor aparece chamando os moradores no portão, retornando ao carro, pegando uma espingarda e disparando contra Claudecir assim que ele saiu de casa. Felipe, ao ouvir o tiro, aproximou-se da janela para verificar o que estava acontecendo e também foi atingido.
O acusado escapou do flagrante após matar pai e filho
Segundo o delegado Fábio Machado, o suspeito não foi encontrado em flagrante logo após os disparos. Por esse motivo, ao se apresentar espontaneamente nesta terça e demonstrar disposição em colaborar com a investigação, não houve prisão naquele momento.
“Por enquanto, não vemos motivos para prisão preventiva. Vamos ouvir testemunhas, analisar os fatos e, se verificarmos necessidade, vamos pedir a prisão. Se for necessário a prisão dele, ele será preso”, disse o delegado.
Durante o depoimento, o homem alegou que tinha conflitos antigos com a família e afirmou que se sentia provocado porque Claudecir estacionaria veículos perto da chácara onde ele vivia e ainda debocharia da situação. Essa narrativa, porém, não foi aceita pela Polícia Civil.
“Por um motivo sem razoabilidade alguma, ele executou as vítimas. Não é razoável que uma pessoa atire contra outra somente pelo fato de estacionar um veículo na porta da chácara. Foi comprovado que ele não falava com a vítima. As testemunhas disseram que, há mais de um ano, desde que ele teria atirado e matado um cachorro da família, as vítimas passaram a ter medo dele e não mantinham mais contato”, disse.
O suspeito também declarou que temia Claudecir, afirmando que ele seria agressivo e teria ligações com pessoas violentas. A investigação não encontrou indícios que sustentem essa versão.
“Isso não foi comprovado. A vítima não tinha antecedentes criminais, não havia registros contra ela e não há qualquer informação de que fosse uma pessoa violenta. Muito pelo contrário, as notícias são de que Claudecir era um homem pacífico, religioso, agricultor, que trabalhava normalmente. Não haveria motivo para que ele tivesse medo da vítima. São alegações que ainda precisam ser apuradas, mas, por enquanto, não existe elemento que fundamente o que ele diz”, explicou o delegado.
O delegado também afirmou, de forma preliminar, que não há confirmação da suspeita de intolerância religiosa levantada pela família. O próprio investigado entregou imagens de cultos que aconteciam na chácara. Ainda assim, testemunhas de ambos os lados serão ouvidas para esclarecer o histórico da disputa.
“Ele afirmou que se sentia ameaçado, mas não explicou em que termos isso teria ocorrido nem quando. Por enquanto, já está comprovada a materialidade do homicídio qualificado, tanto pelo motivo fútil quanto pela impossibilidade de defesa das vítimas. E também a autoria, já que há imagens claras de câmera de segurança e a confissão”, declarou.
Rosimari Costa Lima, esposa de Claudecir e mãe de Felipe,relatou que a mulher do suspeito apareceu no portão logo depois do crime. Para ela, foi ali que a possível motivação se tornou evidente.
“Quando os dois já estavam mortos, eu vi a esposa do Paulo no portão e perguntei: ‘Por quê?’. Ela respondeu que ele não gostava da gente porque nós éramos crentes. Era uma família bonita. Acho que ele não tinha isso pra ele”, contou Rosimari, antes de o suspeito prestar depoimento.
As investigações seguem em andamento. O autor dos disparos permanece em liberdade enquanto o caso é investigado.
Fonte: RICTV
Foto: Reprodução/Ric RECORD

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