Mais de 400 profissionais, entre socorristas do Samu e trabalhadores dos hospitais da região de Rio Bonito do Iguaçu (região Centro-Sul do Paraná), se mobilizaram para atender as vítimas da tragédia no município, ocasionada pela passagem de um tornado F4 - nível da Escala Fujita para classificar os fenômenos.
Desde a última atualização, em 4 de dezembro, dois moradores da cidade seguem internados: um no Hospital Universitário do Oeste do Paraná (HUOP), em Cascavel, e um no Hospital Santa Tereza, em Guarapuava. As últimas quatro famílias que ainda estavam em abrigo foram redirecionadas no dia 25 de novembro para um hotel em Rio Bonito do Iguaçu. De maneira geral mais de 400 pessoas receberam atendimentos de saúde.
A primeira resposta foi das equipes do Samu Regional Centro, com sede em Guarapuava, que atuaram de maneira intensa após o incidente. Foram mobilizados 50 profissionais para atendimento às vítimas, 36 ambulâncias das 5ª e 7ª Regionais de Saúde e 6 aeronaves. Nas semanas seguintes, a cidade teve o apoio de uma ambulância do Samu com base na cidade de Rio Bonito do Iguaçu e das equipes da base de Laranjeiras do Sul, que permanecem no apoio permanente, além de ambulâncias para o transporte sanitário oferecido por alguns municípios da região.
Os atendimentos às vitimas foram realizados no Hospital Regional do Centro Oeste, no Hospital Santa Tereza e no Hospital de Caridade São Vicente de Paulo, em Guarapuava; e no Hospital São Lucas e no Instituto São José, em Laranjeiras do Sul. No começo mais de 30 pessoas chegaram a ser internadas e com o decorrer dos tratamentos esse número foi diminuindo paulatinamente. Esse esforço envolveu equipes de enfermeiros, médicos, técnicos e diversos plantonistas.
“O atendimento de vigilância e mobilização da rede de atenção à saúde do Paraná foi essencial para dar agilidade no socorro às vítimas logo após a ocorrência do incidente”, considerou o secretário de Estado da Saúde do Paraná, Beto Preto. “Apesar de todas as dificuldades, a cidade está se recuperando diante de toda a solidariedade dos paranaenses e das ações do Governo do Estado que têm sido fundamentais no apoio à população”.
ROTINA DOS ATENDIMENTOS – Os atendimentos de saúde estão voltando à “normalidade” na cidade e ocorrem nas Unidades de Saúde Campo do Bugre, Centro Novo, Arapongas e Centro e em dois contêineres da Força Nacional do SUS para reforçar o atendimento, com psicólogos, psiquiatra, enfermeiros e médicos.
Dos nove serviços locais de saúde, 55% foram totalmente danificados e tiveram perda significativa de equipamentos. A Sesa trabalha no apoio à recuperação dessas unidades e também na finalização do Pronto Atendimento Municipal (PAM), que está com 88,85% das obras concluídas e também sofreu avarias com o incidente. Após avaliação da Sesa, foi constatado que a estrutura não foi afetada. A Sesa providenciou um aditivo para a finalização da obra do PAM e trabalha para concluir a Clínica da Mulher.
INSUMOS – Quase 640 mil itens foram enviados para a 5ª Regional de Saúde para atendimento às vítimas, entre medicamentos, luvas e máscaras cirúrgicas, esparadrapos, seringas e medidores de glicemia, adquiridos por meio do Consórcio Paraná Saúde, enviados dos estoques do Centro de Medicamentos do Paraná (Cemepar) e doados por municípios e entidades.
O município também recebeu dois "kits calamidade" com uma tonelada de medicamentos do Componente Básico da Assistência Farmacêutica, uma solicitação feita pela Secretária de Estado da Saúde ao Ministério da Saúde (MS), e concretizada após a visita in loco dos representantes da Sesa, MS e da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).
TREINAMENTOS – Os treinamentos constantes, como os cursos de capacitação para desastres e planos concretos de vigilância para eventos climáticos e emergências de saúde, realizados pelas equipes de vigilância contribuíram com uma resposta rápida à população. Como foi uma das formações que ocorreu na véspera do incidente, na 5ª Regional de Saúde de Guarapuava, no Centro-Sul.
Mais de 50 profissionais participaram do Curso de Sistema de Comando de Incidentes (SCI). A formação foi ofertada pela Sesa e Defesa Civil. A 5ª RS foi a primeira a receber a instrução que está sendo oferecida em todas as demais regionais.
O presidente do Conselho, Fábio Stahlschmidt, falou da importância da atuação durante a reunião do Conselho Estadual de Saúde do Paraná (CES/PR), em Curitiba. “O atendimento emergencial foi de extrema importância para as vítimas. O Estado foi muito rápido, a resposta foi rápida em todas as áreas intersetoriais, mas a saúde sempre em primeiro lugar, pois temos que socorrer as pessoas que mais precisam. Na manhã do sábado, quando entrei em contato com a Sesa, fui informado que já estava todo o aparato montado lá, com Samu, Samu aéreo e os profissionais deslocados para a região para fazer o atendimento o mais rápido possível”, detalhou.
Fábio apontou também a importância da rede de hospitais da região que prontamente se colocaram à disposição para atender todos os pacientes que necessitaram de atendimento. “Foi grandioso o que essas entidades fizeram ao se prontificar e abrir as portas para atender as pessoas que sofreram essa catástrofe”, afirmou.
Fonte: AEN
Foto: SESA

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