Polícia do Paraná encontra dinheiro escondido em fundo falso na casa de líder de quadrilha de armas

Foto: PCPR

Dinheiro escondido em um fundo falso foi encontrado pela Polícia Civil do Paraná (PC-PR) na casa do chefe de uma quadrilha que abastecia facções criminosas com fuzis e grandes carregamentos de drogas em todo o Brasil. O nome do suspeito não foi divulgado.

O suspeito foi preso nesta terça-feira (2) em Itapema (SC), onde vivia em um apartamento de luxo. De acordo com a polícia, o homem comandava o esquema com apoio de colíderes que atuavam em Curitiba.

Segundo as investigações, a organização fornecia armas de grosso calibre, incluindo fuzis e armamento produzidos em impressoras 3D, e drogas para grupos como o Comando Vermelho, no Rio de Janeiro, e o Primeiro Comando da Capital (PCC), em São Paulo.

Até a última atualização desta reportagem, 13 pessoas haviam sido presas, conforme a polícia. Os agentes também cumpriram mandados em uma chácara em Curitiba, usada para carregar drogas em caminhões.

O grupo mantinha base nos bairros Pinheirinho, Cidade Industrial de Curitiba (CIC) e Tatuquara, na capital, e operava uma rede logística que distribuía grandes quantidades de drogas e armamentos para diferentes regiões do país.

A polícia afirma que o esquema funcionava como uma empresa, movimentando mais de R$ 513 milhões em operações financeiras suspeitas. Para esconder a origem do dinheiro, os envolvidos usavam empresas de fachada registradas formalmente, que serviam para lavar dinheiro e ocultar patrimônio, como transportadora de água, com caminhões pipa, que funcionava como fachada.

Ao todo, a polícia cumpre 82 ordens judiciais, sendo 15 mandados de prisão, 25 de busca e apreensão, além do bloqueio de 28 veículos e 14 contas bancárias ligadas aos investigados.

De acordo com o delegado Victor Loureiro Mattar Assad, na casa de outro alvo foram apreendidos R$ 30 mil em dinheiro.

"Eles eram criminosos independentes que trabalhavam para qualquer cliente que tivesse interesse em fazer o transporte de qualquer tipo de droga, mas eram transportes extremamente valiosos", falou.

Segundo o delegado, a polícia apreendeu também carros de luxo e motos aquáticas dos envolvidos.

Investigações

Segundo o delegado, a investigação avançou após apreensões de grande porte. Em 1º de junho deste ano, mais de 700 quilos de haxixe foram encontrados em um dos fretes monitorados. Os dois envolvidos disseram que receberiam R$ 400 mil pelo transporte.

A droga veio de Fortaleza (CE) e tinha como destino a capital paranaense. Conforme o delegado, é um exemplo de como a organização criminosa atuava em diferentes rotas do tráfico pelo país.

"O fato de que um grande carregamento de droga tem origem no Nordeste, com o destino ao Sul quando, na verdade, a rota, de regra, é do Sul, para outros estados do país. O que nos dá a entender que eles tinham uma grande capacidade logística, um alcance verdadeiramente nacional para movimentar essa grande quantidade de drogas e armas", completou.

Meses depois, foram apreendidos outros 900 quilos de maconha em Ponta Porã (MS), em 4 de outubro de 2025, e 350 quilos em uma oficina mecânica ligada ao grupo no bairro Pinheirinho, em Curitiba, no dia 25 do mesmo mês.

Fonte: G1