Dólar recua para R$ 5,27, menor valor em 17 meses, enquanto Ibovespa se aproxima do 12º recorde consecutivo

Foto: Luisa Gonzalez/ Reuters

O dólar fechou em queda de 0,64% nesta terça-feira (11), cotado a R$ 5,2727 — o menor nível desde 6 de junho do ano passado, quando ficou em R$ 5,2498. Já o Ibovespa subia 1,58% por volta das 17h, aos 157.691 pontos, e se aproxima do 12º recorde consecutivo.

Investidores reagiram com otimismo à ata do Copom e ao IPCA de outubro, que ficou um pouco abaixo do esperado. Com isso, cresceram as apostas em cortes de juros no próximo ano, impulsionando o Ibovespa. No exterior, o foco está no possível fim do shutdown nos EUA.

▶️ A ata do Copom reforçou que o Banco Central está mais confiante de que a taxa Selic em 15% ao ano é suficiente para controlar a inflação. O texto aponta que os juros devem permanecer nesse patamar por um período prolongado, mas o mercado projeta cortes em 2026.

Segundo o documento, a inflação recente tem se mostrado mais favorável, refletindo o câmbio valorizado e a queda nas commodities e nos alimentos. Ainda assim, a demanda aquecida e o mercado de trabalho resiliente seguem pressionando os preços, pondera o Copom.

▶️ O IBGE informou que o IPCA de outubro avançou 0,09%, desaceleração de 0,39 ponto percentual em relação a setembro, quando subiu 0,48%. O resultado levou a inflação acumulada a 3,73% em 2025 e 4,68% em 12 meses.

▶️ Nos Estados Unidos, a paralisação do governo, que já dura 42 dias, pode estar perto do fim. O Senado aprovou uma medida provisória de financiamento, com apoio de democratas centristas, para tentar encerrar o impasse.

Ata da Copom

O Banco Central informou nesta terça-feira (11) que o cenário para a economia tem se desenrolado conforme o esperado, e que já tem uma "maior convicção" de que a taxa de juros atual é suficiente para assegurar a convergência da inflação à meta.

As avaliações constam na ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, ocorrida na semana passada, quando a taxa básica de juros foi mantida estável em 15% ao ano - o maior nível em quase 20 anos. Foi a terceira manutenção seguida do juro neste patamar.

"Endossando o cenário esperado do Comitê até aqui, há uma moderação gradual da atividade em curso, certa diminuição da inflação corrente e alguma redução nas expectativas de inflação", informou o Banco Central.

Não há, porém, uma indicação de quando a taxa Selic pode começar a ser reduzida. O mercado financeiro projeta o início do ciclo de corte dos juros básicos da economia a partir de janeiro de 2026.

"Mantém-se a interpretação de uma inflação pressionada pela demanda e que requer uma política monetária contracionista [juro alto] por um período bastante prolongado", informou. E acrescentou:

"O Comitê seguirá vigilante e não hesitará em retomar o ciclo de alta se julgar apropriado. Reafirmou-se o firme compromisso com o mandato do Banco Central de levar a inflação à meta", acrescentou a autoridade monetária.

Inflação de outubro

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do país, ficou em 0,09% em outubro, segundo dados divulgados pelo IBGE.

➡️ O resultado representa uma desaceleração de 0,39 ponto percentual em relação à taxa de 0,48% observada em setembro.

➡️ No acumulado do ano, o indicador soma alta de 3,73%, e em 12 meses, a variação ficou em 4,68%, abaixo dos 5,17% registrados no período anterior.

➡️ Em outubro de 2024, o IPCA havia avançado 0,56%.

Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, três tiveram variação negativa no mês: Artigos de residência (-0,34%), Habitação (-0,30%) e Comunicação (-0,16%). Entre os grupos com alta, os resultados variaram de 0,01% em Alimentação e bebidas a 0,51% em Vestuário.

A queda de 0,30% em Habitação foi influenciada principalmente pela redução de 2,39% na energia elétrica residencial, que exerceu o maior impacto negativo no índice do mês (-0,10 p.p.)

O recuo reflete a troca da bandeira tarifária vermelha patamar 2, vigente em setembro, pela vermelha patamar 1, que reduziu a cobrança extra na conta de luz de R$ 7,87 para R$ 4,46 a cada 100 kWh consumidos.

Fonte: G1