Empresas do Paraná são investigadas por uso irregular de metanol em bebidas

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A operação Alquimia foi deflagrada nesta quinta-feira (16) pela Receita Federal e a Polícia Federal para coletar amostras para análises químicas com o objetivo de rastrear a procedência do metanol e compará-las com as obtidas em bebidas falsificadas apreendidas.

A coleta de elementos e amostras pelos órgãos da força-tarefa ocorre em 24 empresas, incluindo atuantes do setor sucroalcooleiro, importadores e distribuidores de metanol, localizadas em cinco estados: São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul (confira a lista de cidades ao final do release). A operação conta com a participação de 48 servidores da Receita Federal.

A Operação Alquimia é um desdobramento das operações Boyle e Carbono Oculto, que revelaram um esquema de adulteração de combustíveis com metanol. Conforme a investigação, há fortes indícios de que esse combustível adulterado esteja sendo utilizado na fabricação clandestina de bebidas alcoólicas.

A Operação Boyle foi conduzida para apurar possíveis casos de adulteração de combustíveis por meio da utilização de metanol. A partir da análise do material apreendido, surgiu a Operação Carbono
Oculto, que revelou um esquema que consistia na compra de metanol importado por empresas químicas regulares, que o repassavam a empresas de fachada. Em seguida, os produtos eram desviados para postos de combustíveis, onde o metanol era adicionado de forma ilícita à gasolina comercializada ao consumidor final.

As empresas selecionadas para as coletas de elementos e amostras foram escolhidas com base no potencial de envolvimento na cadeia do metanol, desde a importação da substância até sua possível destinação irregular.

Entre os alvos estão importadores, terminais marítimos, empresas químicas, destilarias e usinas. Os importadores são responsáveis pela entrada do metanol no país, utilizando-o em seus processos produtivos e revendendo o produto para empresas químicas.

Nos terminais marítimos, empresas movimentam volumes expressivos de metanol, que permanecem nesses locais até serem encaminhados às unidades fabris ou aos clientes finais. Quando há vendas a terceiros, os produtos são despachados diretamente dos terminais ao destino. As empresas químicas adquirem o metanol de importadores para uso industrial ou para revenda a outras indústrias químicas.

Já as destilarias investigadas teriam adquirido metanol por meio de empresas conhecidas como “noteiras”. As notas fiscais indicavam caminhões e motoristas que, contudo, nunca chegaram aos destinos informados, sugerindo possível fraude documental.

As usinas, produtoras e distribuidoras de etanol anidro e hidratado, também estão sendo verificadas por atuarem em pontos estratégicos da cadeia, fundamentais para rastrear eventuais lotes adulterados ou irregularidades na destinação do produto.

Fonte: RICTV