O mercado global de derivados de cânhamo — variedade da planta Cannabis sativa — foi estimado entre US$ 5 e 7 bilhões em 2023, com projeções de crescimento anual de 16% a 25% até 2033. No Brasil, se regulamentada, essa cadeia produtiva pode gerar receitas líquidas de R$ 5,76 bilhões até 2030, de acordo com dados da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e do Instituto Ficus, do Governo Federal, divulgados nesta quinta-feira (11).
O retorno financeiro estimado é mais alto que culturas como algodão, soja, milho, girassol, gergelim e canola, segundo o economista Rafael Giovanelli, do Instituto Escolhas. Os dados são do relatório Caminhos Regulatórios para o Cânhamo no Brasil, em trabalho vinculado ao Conselho de Desenvolvimento Econômico Sustentável da Presidência da República (CDESS).
A regulamentação dos produtos também deve gerar mais de 14 mil empregos e reduzir a dependência de importação e destravar o potencial de exportação. "Atualmente, quase 100% dos derivados de cânhamo no Brasil são importados, incluindo para o mercado de cannabis medicinal, projetado em R$ 1 bilhão para 2025. A produção nacional pode substituir essas importações, baratear produtos e tratamentos, e gerar excedentes exportáveis", disse Giovanelli.
Com a divulgação dos dados foi apresentado um o plano de ação, com ações de curto, médio e longo prazo para impulsionar a regulamentação e o desenvolvimento da cadeia do cânhamo no Brasil. O primeiro passo deve ocorrer já em outubro, com a liberação, pelo governo, do cultivo do cânhamo industrial, de acordo com a previsão das instituições.
Países como Estados Unidos, Canadá e membros da União Europeia já diferenciam o cânhamo da cannabis psicoativa (ou cânhamo industrial), o que garante segurança jurídica para a produção industrial. A proposta é de que o Brasil se aproxima de uma legislação como a do Paraguai, que cânhamo industrial como uma planta cujas flores contenham menos de 0,5% de Tetrahidrocanabinol (THC), é o principal componente psicoativo das plantas de cannabis.
Fonte: CNN

July
Tinnakorn

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