Os EUA anunciaram nesta quinta-feira (11) o fim da tarifa de importação de 10% à celulose do Brasil. A medida beneficia o setor florestal do Paraná, que é um dos maiores produtores nacionais da commoditie.
Terminal da Klabin para transporte de celulose no Porto de Paranaguá; tarifa de importação da commoditie do Brasil foi cancelada pelos EUA
Dados da Comex Stat apontam que o Valor Bruto da Produção Industrial (VBPI) do setor movimentou cerca de R$ 1 bilhão, somente em 2023. O principal polo produtivo do setor de celulose e papel no Paraná é na região de Ortigueira e Telêmaco Borba, impulsionado por plantas industriais da Klabin.
“O Brasil é o maior produtor mundial de celulose de fibra curta, branqueada, e por conta disso é estratégico ter o Brasil como fornecedor desse produto sem tarifa. Existe pouca alternativa no mercado de fornecedor do mesmo produto, pelo mesmo preço que o Brasil consegue fornecer”, explica Fabio Brun, presidente da Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal (APRE Florestas).
De acordo com dados da APRE, os Estados Unidos são o maior importador de serrado de pinus do Brasil (37,15%), e o segundo maior importador do Paraná do mesmo produto (30,79%).
Além disso, entre os produtos do agronegócio mais vendidos pelo Brasil aos Estados Unidos, o setor florestal lidera em receitas com US$ 3,7 bilhões, seguido de cafés (US$ 2 bilhões), carnes (US$ 1,4 bilhão), sucos (US$ 1,1 bilhão) e complexo sucroalcooleiro (US$ 791 milhões).
Em 2024, somente os três estados do Sul do Brasil – Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, responderam por 86,5% das exportações brasileiras de produtos de madeira para os Estados Unidos, totalizando US$ 1,37 bilhão.
O Paraná lidera esse indicador nacional em produtos como compensados, madeira serrada, molduras, portas, painéis e móveis – todos de maior valor agregado do que a celulose.
Brun comentou que existe a possibilidade de que, assim como a celulose, a madeira serrada também possa ser isentada em breve pelos EUA. Mas, que para isso, é preciso um esforço do Governo Federal em dialogar com o presidente norte-americano, Donald Trump.
“A partir do momento que os EUA entenderem que algum produto florestal brasileiro não é possível de ser substituído por um equivalente em um preço competitivo, existe a chance de que os EUA revejam a posição. É importante que a gente faça o esforço diplomático de tentar fazer essa tarifa baixar”, finaliza.
Fonte: Ric.com.br

July
Divulgação/Klabin

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