O psicólogo Guilherme Silveira, de Brusque, foi condenado a 21 anos e quatro meses de prisão em regime fechado pelo abuso sexual de um menino autista de oito anos, durante atendimento psicológico em abril deste ano. A informação foi revelada pelo jornal O Município Brusque, que também apurou que Silveira é investigado em pelo menos outros quatro casos semelhantes.
Inicialmente, a sentença previa pouco mais de 16 anos, mas a pena foi ampliada na decisão final. O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) e a família da vítima estudam apresentar recurso caso haja tentativa de redução da pena.
A mãe do menino relatou ao O Município que os abusos ocorreram na segunda sessão de terapia com Silveira. O indivíduo, que atendia crianças em um consultório no Centro de Brusque, chegou a ganhar a confiança da família antes de cometer o crime.
“Levamos nosso menino para ser ajudado e, no fim, ele saiu prejudicado. Que essa notícia sirva de alerta”, declarou a mãe.
Segundo ela, os primeiros sinais de que algo estava errado surgiram após o psicólogo dizer à mãe que teria um “segredo” com o filho. Em casa, o menino começou a demonstrar comportamentos estranhos, até que revelou os abusos.
O caso foi levado imediatamente à polícia. A família também entregou as roupas usadas pela criança no dia da sessão. O laudo pericial indicou a presença de espermatozoides em uma das peças. Guilherme foi preso preventivamente ainda em abril, e desde então permanece detido.
A Polícia Civil concluiu um inquérito de alta complexidade que investigou seis possíveis casos de abuso. Desses, quatro resultaram em indiciamento formal contra o psicólogo.
Em cinco das seis ocorrências, as vítimas seriam meninos. O inquérito foi conduzido pela Delegacia de Proteção à Criança, Adolescente, Mulher e Idoso (DPCAMI) de Brusque. Um dos casos foi arquivado por falta de provas e outro foi encaminhado ao MPSC para avaliação.
“Agora precisou um menininho sofrer nas mãos dele. É lamentável. Podem ter certeza de que existem mais crianças que foram abusadas e molestadas”, afirmou a mãe de uma vítima.
Depoimento impactante: “Assim que você gosta, amiguinho?”
O relato da mãe impressiona pelo conteúdo sensível. Em um dos atendimentos, ao chegar no consultório, a filha teria corrido para abraçar o psicólogo e feito um gesto sugestivo, dizendo: “assim que você gosta, amiguinho?”. Segundo a mãe, Silveira ficou paralisado diante da cena.
A partir desse episódio, ela passou a desconfiar fortemente do profissional e questionou a filha sobre o que acontecia nas sessões. A criança, em sua linguagem infantil, relatou brincadeiras que envolviam contato íntimo.
Reflexos nas vítimas
As duas crianças citadas nas reportagens ainda sofrem com os traumas. O menino autista apresenta crises frequentes e não consegue dormir à noite, enquanto a menina não conseguia passar na frente do prédio onde ocorria o atendimento sem ter colapsos emocionais.
Situação atual do processo
Com a primeira condenação já definida, o caso avança agora para possíveis novas denúncias criminais por parte do MPSC, com base nos demais inquéritos encaminhados pela Polícia Civil. Caso isso ocorra, Guilherme Silveira poderá responder a novos julgamentos em breve.
Repercussão
O caso provocou forte comoção em Brusque, onde Guilherme Silveira atuava como psicólogo e psicanalista, com foco com atendimento infantil. Nas redes sociais, diversas imagens mostram o ambiente lúdico do consultório, com brinquedos infantis e personagens como Woody, do Toy Story, utilizado durante as sessões.
Fonte: Jornal Razão

July
Jornal Razão

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