Adolescente morre em confronto com a PM em São José; comunidade reage com protestos

Jornal Razão

A Polícia Militar de Santa Catarina afirmou que Andrei Mateus Antonio, de 17 anos, morto durante uma operação do Tático na noite desta segunda-feira (25), foi alvejado após apontar uma arma de fogo contra os policiais. A corporação alega que o jovem, já conhecido das guarnições e com 24 passagens policiais, a maioria por tráfico de drogas, não obedeceu à ordem de largar a arma e representava “iminente agressão letal”.

Segundo a PM, a ocorrência foi registrada no bairro Morar Bem, em São José, na Grande Florianópolis, durante uma incursão a pé em uma área considerada de forte influência da facção PGC. Os policiais relatam que viram Andrei com uma arma enquanto ele “realizava tráfico de drogas”. Ao perceber a aproximação, ele teria fugido para dentro de uma residência.

Durante o acompanhamento, os agentes disseram ter encontrado o jovem dentro da casa com um revólver em punho, o qual teria sido apontado em direção à guarnição. Os policiais reagiram com disparos. Em seguida, ele teria corrido para o quintal, ainda com a arma em mãos, desobedecendo novas ordens de rendição. Novos disparos foram efetuados.

O revólver precisou ser retirado do suspeito enquanto ele ainda apresentava sinais vitais. O SAMU foi acionado com prioridade, mas a morte foi confirmada ainda no local. Após o óbito, a Polícia Civil e o Instituto Geral de Perícias (IGP) foram chamados para os procedimentos legais.

A corporação também revelou que havia contra o jovem um mandado de apreensão em aberto e que ele era conhecido por ostentar armas em via pública.

Logo após a ação, cerca de 200 moradores se aglomeraram no local, segundo a PM. A multidão reagiu com gritos, pedras, rojões e fogos de artifício contra os policiais. Diante da situação, a tropa utilizou armamentos não letais, como balas de borracha, granadas e agentes químicos, para dispersar a população e proteger a guarnição.

Vídeos que circulam nas redes sociais mostram homenagens ao jovem morto, com frases como “menino incrível” e “CDD pede paz”, além de fortes críticas à PM. Amigos e familiares de Andrei dizem que ele era “injustamente perseguido” e negam a versão de que ele estaria armado no momento da abordagem.

A PM também ressaltou que a comunidade do Morar Bem é alvo constante de operações devido ao tráfico de drogas e domínio de facções criminosas.

Fonte: Jornal Razão