O Brasil pode precisar da volta do Horário de Verão. É o que acredita o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), que agravou sua preocupação com o atendimento da ponta de consumo de energia elétrica no País no Plano de Operação Energética (PEN) para até 2029.
Segundo o diretor da ONS, Alexandre Zucarato, é possível que ainda neste ano seja recomendado ao governo o uso do Horário de Verão para que sejam obtidos pelo menos mais 2 gigawatts (GW) de reforço no Sistema Interligado Nacional (SIN).
Para que a medida entre em vigor ainda neste ano, a decisão sobre o retorno ou não do Horário de Verão – quando os relógios são adiantados em uma hora – precisa ser tomada em agosto. Isso porque são necessários três meses de antecedência para implantar a alteração.
"O PEN olha se a quantidade de geração disponível, no sentido amplo, se os recursos que temos atendem o consumo do Brasil. O PEN 2025-2029 confirmou o diagnóstico do ano passado e mostrou agravamento do déficit de potência", explicou Zucarato. Nisso, o Horário de Verão pode ser recomendado como imprescindível, pontuou.
O que é? O Plano da Operação Energética (PEN) tem como objetivo apresentar as avaliações das condições de atendimento ao mercado previsto de energia elétrica do Sistema Interligado Nacional (SIN), considerando cinco anos à frente. O intuito é fornecer informações sobre eventuais necessidades de estudos para adequação da oferta de energia.
Zucarato diz que a geração de energia cresceu no País, mas puxada pela energia solar – que, naturalmente, não é produzida durante as noites e não garante potência.
Além disso, caso as chuvas “atrasem” novamente este ano, outubro e novembro podem ser críticos com relação ao atendimento de consumo de energia.
"O principal recado do PEN é, repetindo o que a gente viu no ano passado, a gente não está atendendo os critérios de potência e a situação se agravou pelo aumento da demanda prevista”, destaca o diretor do ONS.
“Então isso significa que para 2025 já não tem mais o que fazer porque não dá mais tempo de se fazer nenhum leilão para contratar potência para 2025. A próxima janela de necessidade vista no escuro é o ano que vem", acredita.
Fonte: Terra Notícias
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