99 alunos da rede estadual embarcam para intercâmbio na Austrália pelo programa Ganhando o Mundo

Foto: Geraldo Bubniak/AEN

A oportunidade de conhecer novas culturas, aprimorar a língua inglesa e acumular experiências importantes para o desenvolvimento pessoal e acadêmico começa nesta segunda-feira (7) para 99 alunos da rede estadual de ensino. Esse grupo de adolescentes foi escolhido para fazer um intercâmbio de cinco meses na Austrália, morando com famílias anfitriãs e frequentando escolas públicas daquele país. A jornada é parte do Programa Ganhando o Mundo, uma iniciativa do Governo do Paraná desenvolvida pela secretaria estadual da Educação.

No período da manhã, embarcaram para o outro lado do mundo 50 estudantes de todos os cantos do Paraná; outros 49 alçam voo no Aeroporto Afonso Pena no período da tarde, totalizando 99 alunos em direção à Terra dos Cangurus. Na bagagem para esse período de imersão na cultura australiana, esses dois grupos animados estão deixando o Brasil carregados de muita expectativa, curiosidade e emoção.

“O coração está na boca. Eu estou contando cada minuto, cada segundo. Não vejo a hora de pegar esse avião, chegar lá e poder abraçar minha família anfitriã, agradecer pela oportunidade”, conta José Heitor de Souza Freire, de 15 anos, que estuda no Colégio Estadual Cívico Militar Cruzeiro do Oeste, em Umuarama. Na Austrália, ele vai ficar em Nambour, no Estado de Queensland, um lugar que ele quase já chama de casa, antes mesmo de conhecer de perto.


“É uma cidade pequena, remota, mas incrível. Eles têm costume de tomar muito café, tem bastante fast food e tem um abacaxi gigante. Tenho conversado bastante com a minha família anfitriã, que tem me falado sobre a cultura, a comida. E conversar com eles me faz sentir pertencente a um lugar que eu não ainda não pertenço. É uma experiência incrível”, diz ele, que admite uma ansiedade em falar inglês, mesmo tendo se preparado muito, “por causa do medo de errar”.

“Essa oportunidade representa mais do que uma viagem, representa uma mudança significativa da minha vida. Graças ao Governo do Paraná, vou poder realizar um sonho que desde criança eu sempre tive, de viajar para outro país”, finaliza.

Coordenador do programa, Marlon de Campos Mateus, destaca que o Ganhando o Mundo tem três pilares importantes para seus participantes: a experiência acadêmica, a experiência cultural e a experiência linguística. Criado em 2022 e entrando agora na segunda fase de embarques da edição 2025, a iniciativa já tem mostrado resultados.

“Temos alunos muito mais autônomos, mais líderes e que desenvolvem projetos, observam nos seus espaços situações que antes eles não observavam. Isso com base em toda a bagagem que eles trazem dessa experiência internacional, de sair do seu espaço, da sua bolha, e verificar o tamanho desse mundo e como ele pode contribuir com a sua cidade, com seu bairro e até com a sua família”, declara.

Conhecer outra realidade, trocar informações, adquirir bagagem cultural é exatamente o que a Maria Eduarda Santana Milanski, de 16 anos, espera conseguir na Austrália, também em Nambour.“É uma oportunidade incrível, tanto para mim, quanto para todos esses alunos, e que vai ficar marcada na nossa memória. Vamos levar um pouco da nossa cultura e das nossas experiências daqui para lá e trazer de lá para cá”, contou a adolescente, que saiu de Cascavel, onde estuda no Colégio Estadual São Cristóvão, para ganhar o mundo.

“Nossa, a ansiedade está a mil, o coração está batendo forte, com saudade de casa, mas tenho certeza que vai valer muito a pena”, fala, animada também com a família que vai encontrar assim que desembarcar. “Eles são muito amorosos, carinhosos e divertidos. E combina bastante comigo que eles tocam música, são surfistas. É bem legal”, vibra.

Quem também está empolgada com o cenário que a espera na pequena Maleny, cidade de cerca de 4 mil habitantes, é a curitibana Izabela Foschiani Bonjorno Souza, de 16 anos, estudante do Colégio Estadual La Salle. “É uma cidade rural, do interior. E a família é muito simples, mas são uns amores. Adorei conversar com eles. Eles têm uma menina da minha idade, dois gatos e dois cachorros”, conta ela, que estava acompanhada dos pais no Aeroporto Afonso Pena.

O pai, o empresário Douglas Bonjour Souza, admite que não está sendo fácil esse momento de ver a filha ir para tão longe, por tanto tempo, mas que a oportunidade é única. “A minha ficha começou a cair nas últimas semanas.

Já a mãe está mais complicada. “Mas a gente se preparou bem, acredito que vai dar tudo certo. Conversamos bastante para ela entender o que pode acontecer. E para ela isso é um amadurecimento, vai ser incrível”, comenta, se referindo também à dona Mayza, que não segurava as lágrimas. “Filha a gente cria para o mundo, né? Queremos deixar debaixo das asas da gente, mas filha é para o mundo”, completa, também visivelmente emocionado.

“Eu estou bem nervosa, acho que é muito difícil a gente deixar nossa casa, os nossos pais, mas eu estou muito animada”, atesta Izabela.

Quem parece bem tranquilo com a mudança de rotina é Gabriel Hosda, de 16 anos, que estuda no Colégio Estadual Monteiro Lobato, em Marechal Cândido Rondon. Ele é mais um dos alunos que terão aulas em Nambour. No entanto, vai morar em uma cidade vizinha: Bli Bli.

“Serão duas cidades diferentes. Vou para a escola de ônibus. Minha anfitriã é uma mãe solteira com dois filhos. Foi bem querida comigo. Os australianos são muito receptivos”, diz ele, que aprendeu inglês com os games e aprimorou seu conhecimento com a plataforma English Central, oferecida pelo Governo do Estado, para poder se comunicar na Austrália. “Fui melhorando muito e agora já consigo conversar bem. Eu estou tranquilo, minha família é que está mais ansiosa, chorando até agora”, afirma.

Fonte : AEN