O Ministério Público do Trabalho no Paraná (MPT-PR) firmou um acordo judicial com a C. Vale Cooperativa Agroindustrial para readequação de questões de segurança após a explosão de um silo da companhia em Palotina, no oeste, matar 10 trabalhadores.
O caso aconteceu em julho de 2023. Segundo o órgão, as apurações identificaram falhas na gestão de riscos ocupacionais e na adoção de medidas adequadas de segurança. Relembre o caso abaixo.
Em fevereiro de 2024, antes do acordo, um relatório do MPT apontou que o acúmulo de poeira, gerado pela movimentação de grãos nos silos, criou uma atmosfera explosiva. À época, o ministério disse não ter sido possível determinar o que provocou explosão, se foi uma faísca ou fonte de fogo, por exemplo.
Como o acordo, a C.Vale se comprometeu a adotar um programa de gerenciamento de riscos, com foco na prevenção de acidentes e na melhoria contínua das condições de segurança.
"Os compromissos assumidos terão prazo total de 10 anos para cumprimento e abrangerão 10 unidades da C. Vale situadas nas regiões Oeste e Noroeste do Paraná", afirmou o MPT.
Para o MPT, o objetivo principal do acordo é evitar que tragédias semelhantes voltem a acontecer.
Em nota, a C.Vale disse se comprometer em adotar as medidas acordadas.
"A cooperativa informa, também, que todas as famílias das vítimas do incidente já receberam as devidas indenizações", finaliza.
Obrigações
Entre as obrigações assumidas pela cooperativa, estão a implementação de melhorias físicas nas instalações e a elaboração de planos de ação voltados à prevenção de explosões em ambientes confinados.
O MPT informou que a empresa demonstrou disposição para colaborar e implementar as ações voltadas à proteção da saúde e da integridade física dos empregados.
Relembre o acidente
As explosões sequenciais foram registradas em um silo de secagem de grãos da C.Vale na tarde do dia 26 de julho de 2023. O local é um grande reservatório onde são armazenados produtos agrícolas.
De acordo com o Corpo de Bombeiros, o espaço armazenava mais de 10 mil toneladas de milho.
Moradores da região afirmaram que sentiram o tremor causado pelas explosões. Em alguns casos, segundo as testemunhas, vidros das residências chegaram a quebrar.
Entre os mortos, a maior parte era do Haiti. Confira os nomes:
Wicken Celestin – 55 anos (haitiano);
Alfred Lesperance – 44 anos (haitiano);
Michelet Louis - 41 anos (haitiano);
Jean Michee Joseph – 29 anos (haitiano);
Jean Ronald Calix – 27 anos (haitiano);
Donald ST Cyr – 24 anos (haitiano);
Eugênio Metelus – 53 anos (haitiano);
Reginald Gefrard – 30 anos (haitiano);
Saulo da Rocha Batista – 53 anos (brasileiro);
Francisca dos Santos - 33 anos (brasileira).
Fonte: G1
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