Ex-procuradora se torna ícone das criptomoedas e ganha destaque como “rainha das stablecoins”

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A ex-procuradora federal Katie Haun construiu uma carreira singular: após mais de uma década combatendo crimes cibernéticos e financeiros, ela se tornou referência internacional em stablecoins e ativos digitais.

Hoje, com a gestora Haun Ventures, administra US$ 1,5 bilhão voltados a startups cripto, liderando investimentos inovadores em moedas digitais estáveis enquanto pressiona por regulamentação inteligente nos EUA.

De combatente do crime à defensora das moedas digitais

Durante sua década como procuradora no Departamento de Justiça dos EUA, Haun fundou a primeira força-tarefa federal em criptomoedas, atuando em casos massivos como o hack da Mt. Gox e operações relacionadas à Silk Road.

Tais ações ajudaram a moldar sua visão institucional sobre o setor cripto, distinguindo ativos legítimos de facilidades criminosas.

Confronto histórico com Paul Krugman

Em 2018, Katie participou de um debate em Ciudad do México com o Nobel Paul Krugman, então cético ante o Bitcoin. Por sua parte, Haun antecipou um futuro de stablecoins, mais adequadas à estabilidade e ao uso cotidiano que moedas voláteis.

Por que USDC e USDT são a próxima fronteira

Enquanto o Bitcoin sobe e cai, as stablecoins se firmaram como ativos estáveis, atrelados ao dólar e amplamente usados globalmente. Segundo Haun, plataformas no exterior veem tokens como dinheiro, não criptomoedas especulativas.



No ano anterior, o volume de transações com stablecoins ultrapassou o da Visa — um marco para ativos digitais que se consolidam como pagamentos globais.


Plataformas tradicionais de olho nas stablecoins

Empresas como Walmart, Amazon, Uber, Apple e Airbnb avaliam a integração das stablecoins, motivadas pela economia de taxas e agilidade para transações em blockchain. A adoção corporativa pode ser o gatilho definitivo para a mainstreamização dessas tecnologias.

Haun Ventures: da acusação à inovação disruptiva

Fundada em 2022, a gestora da ex-procuradora tem US$ 1,5 bilhão sob gestão, com foco em ativos digitais inovadores, como stablecoin Bridge (vendida ao Stripe por US$ 1,1 bilhão) e plataforma NFT Zora.

Especialistas do setor em 2025 estimam que um novo ciclo de captação — de US$ 1 bilhão entre fundos iniciais e maduros — deve ser concluído até junho, mantendo Haun Ventures no topo do venture cripto.

Transição da acusação para o investimento responsável

Após liderar investigações como o caso da Silk Road e do hack da Mt. Gox, Haun aportou sua credibilidade jurídica ao universo das criptos, assumindo posição de investidora institucional, com profundo entendimento dos riscos legais e operacionais do setor.

Advogada da tokenização e reguladora ativa

Em junho de 2025, o Senado aprovou a GENIUS Act, marco regulatório federal para stablecoins. Haun celebrou o avanço, dizendo tratar-se de um “momento decisivo” para o dólar digital, com seguro para investidores e ambiente normativo confiável.

Críticas construtivas à regulamentação excessiva

Embora apóie regras, Haun questiona a proibição de stablecoins com rendimento na GENIUS Act. Ela argumenta que, assim como bancos repassam juros aos correntistas, os detentores de stablecoins também deveriam receber parte do rendimento de reservas.

Haun também rebateu o receio da Senadora Elizabeth Warren, que chamou o projeto de “rotatória da corrupção de Trump”, afirmando que regras claras tornariam o sistema mais seguro, identificando stablecoins legítimos e separando os de risco .

Valores sustentáveis: inclusão e democratização

Katie defende que moedas digitais estáveis democratizam o acesso ao dólar, mesmo em países com moedas frágeis. Um usuário com smartphone pode ter acesso ao sistema financeiro global — inclusive tokenização de ativos — sem precisar de contas bancárias sofisticadas.

Tokenização do mundo real

Haun vislumbra um futuro em que ações, imóveis e dívida privada se tokenizam, operando 24/7 via blockchain — tornando investimentos globais acessíveis com poucos dólares e alta liquidez.

Da força-tarefa policial à influência política

Haun foi protagonista da perseguição aos hackers da Mt. Gox e ao criador da Silk Road, Ross Ulbricht, preso em 2015 e convertido depois a uma figura polêmica, tendo sido perdoado em 2025 por Donald Trump.

Além disso, atuou em investigações de assassinato, crime organizado, lavagem de dinheiro, foi assessora na Suprema Corte com o juiz Anthony Kennedy e levou depoimentos sobre tecnologia ao Congresso e Stanford.

O futuro segundo Katie Haun

Cenários emergentes em tokens e finanças

Stablecoins reguladas como instrumentos de decisão política;

Tokenização massiva de ativos, democratizando investimentos;

Ganhos para detentores via rendimento compartilhado;

Transparência crescente e normatização global.

Limites e desafios

Volatilidade das reservas lastreadas demais em títulos curtos;

Resistência regulatória e conflitos de interesse político;

Implementação técnica e coesão internacional.

Conclusão: de combatente do crime a catalisadora cripto

Criptoativos

Katie Haun representa uma transição rara e poderosa: de uma fiscal federal que investigava crimes na deep web à investidora líder em stablecoins, com postura pro-regulação e visão para democratizar finanças.

Sua trajetória demonstra que é possível construir pontes entre compliance, inovação e inclusão financeira global — um exemplo para futuras gerações que buscam unir legislação e tecnologia em prol do bem comum.

Fonte: Terra Notícias