Setor cobra juros menores e seguro rural em plano safra que Lula promete ser recorde

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O presidente Lula (PT) disse nesta sexta-feira (27), em Araguatins, no Tocantins, que o governo vai apresentar na segunda-feira (30), um Plano Safra 2025/26 maior que o atual. O novo plano começa a valer a partir de 1 de julho.Lula prometeu recorde de investimento pelo terceiro ano seguido. A confirmar, porque o governo enfrenta restrições fiscais, o que pode limitar a expansão dos recursos. Em 2024/25, o Plano Safra direcionado à agricultura empresarial movimentou R$ 475,5 bilhões, 9,1% acima dos R$ 435,8 bilhões de 2023/24.

A expectativa é que os recursos do novo Plano Safra destinados à agricultura familiar atinjam um volume superior ao recorde de R$ 76 bilhões registrados na safra anterior. O próprio ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, já antecipou que o montante será histórico. A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), defende um pacote que se aproxime de R$ 594 bilhões, somando custeio, investimento e Pronaf.

Além do volume financeiro, o setor tem acompanhado com atenção o debate dos últimos meses sobre os juros praticados nas linhas subsidiadas, especialmente em um cenário de Selic elevada, atualmente em 15% ao ano.

Outro ponto sensível é o orçamento para o seguro rural (PSR). Houve um bloqueio parcial de R$ 445 milhões este ano, o que prejudicou a contratação de apólices para culturas de inverno, fruticultura e pecuária. Parte desses recursos deve ser liberada nos próximos meses, mas há pressões do setor produtivo para garantir previsibilidade.

Há ainda expectativa de que o novo Plano Safra traga novidades relacionadas ao financiamento sustentável, como incentivos a práticas agroecológicas, uso de bioinsumos e linhas voltadas à transição climática. A inclusão de instrumentos como blended finance ou crédito em moeda estrangeira também está em discussão nos bastidores.

“Ao mesmo tempo que a gente vai fazer o maior crédito para o grande [produtor], a gente vai fazer também o maior crédito para o pequeno”, disse ele a uma plateia em que maioria era de pequenos produtores. Também ao agro empresarial, onde encontra muitas resistências, disse: “devemos muito à agricultura brasileira”.

Fonte: Terra Notícias