Curitiba: mais de 400 policiais participam de ação contra o tráfico; 50 presos

Foto: PCPR

Mais de 50 pessoas foram presas na manhã desta quarta-feira (25) em uma megaoperação das polícias civil e militar contra uma organização criminosa envolvida com o tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e homicídios no Centro de Curitiba.

A operação mobilizou cerca de 400 policiais, com apoio da Polícia Penal (PP-PR), além de helicópteros e cães farejadores.

A operação cumpre 172 ordens judiciais, sendo 92 mandados de prisão, 55 de busca e apreensão e 25 medidas de bloqueio de ativos financeiros.

Segundo as investigações, o grupo atuava principalmente nas imediações da Praça Tiradentes, Travessa Nestor de Castro, rua Trajano Reis e áreas próximas. A polícia aponta que a organização controlava o tráfico de drogas nesses locais e impunha regras violentas aos envolvidos.

Investigações

Após denúncias e aumento de ocorrências na região, a polícia instaurou um inquérito em agosto de 2024.

De acordo com os investigadores, o grupo operava com divisão de funções, com chefes, gerentes, operadores logísticos, responsáveis pelo setor financeiro e dezenas de vendedores, organizados em turnos.

Ainda conforme a corporação, o grupo mantinha registros contábeis, estipulava metas e usava códigos próprios para designar os tipos de drogas. Além disso, segundo a polícia, parte da droga era escondida em bueiros, canos e até na boca dos envolvidos, dificultando a ação policial.

Pontos de venda

As vendas ocorriam em diversos pontos da região central, com grande circulação de pessoas, o que favorecia a comercialização em larga escala, aponta a polícia.

"O grupo mantinha diversos pontos de venda de drogas na região central e repassava espaços a narcotraficantes associados, com autorização de uma facção criminosa de alcance nacional. Para manter o domínio territorial, recorria à violência contra rivais e prestava apoio a membros presos durante as operações", descreveu a polícia.

Os suspeitos também estão ligados ao aumento de crimes como homicídios, roubos, furtos e porte ilegal de arma de fogo.

A investigação apurou também que as movimentações financeiras eram incompatíveis com a renda declarada pelos investigados.

Parte dos envolvidos, inclusive beneficiária de programas sociais, movimentava altos valores por meio de familiares e terceiros, que, conforme a polícia, reforça os indícios de lavagem de dinheiro.

Os investigadores também relacionam o grupo a homicídios. Um dos casos apurados é o assassinato de Ygor Hercullles de Souza, morto em fevereiro deste ano, um dia após ser espancado.

Ele havia ameaçado uma equipe de televisão que produzia uma reportagem sobre a violência na Praça Tiradentes, e a polícia investiga se o crime foi uma retaliação.

FONTE: G1 PARANA