Justiça inocenta e determina internação de homem que matou empresário e esfaqueou outras três pessoas em bar no PR
A Justiça inocentou João Guilherme Pacheco Flores, de 28 anos. Ele respondia por homicídio e três tentativas de homicídios, todos os crimes triplamente qualificados, contra clientes do bar Distrito 1340, em Curitiba.
O caso aconteceu em 22 de julho de 2023. Flores matou o empresário Mauri José Glus, de 49 anos, e feriu outras três pessoas com golpes de faca em um ataque que aconteceu dentro do bar. Ele foi preso em flagrante.
Conforme a sentença da juíza Mychelle Pacheco Cintra Stadler, um laudo psiquiátrico concluiu que o acusado, na época do crime, “estava inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito de sua conduta”.
Por conta disso, apesar de ser absolvido, a decisão determina como medida de segurança a internação compulsória de Flores por pelo menos dois anos. Ele deverá ficar internado até a “cessação de sua periculosidade”, segundo a sentença.
O que dizem os envolvidos
Em nota, o advogado Khalil Aquim, responsável pela defesa de João Guilherme Pacheco Flores, afirmou que desde a audiência de custódia foi informado que o cliente tinha “transtornos psiquiátricos que foram a causa da fatalidade”.
Destacou ainda que o laudo indica que João não tinha consciência do que acontecia no momento dos fatos e que, por conta disso, não tinha controle sobre as ações.
“A defesa lamenta a fatalidade, e reitera sua solidariedade às vítimas e seus familiares”, disse a defesa.
Por meio de nota, Rodrigo Cesar Barbato Fabbris da Silva, advogado de uma das vítimas, afirmou que discorda da decisão, que resultou em uma sentença “não condizente com o que entendemos ser justo às vítimas do crime cometido”.
“A decisão proferida não reflete o conjunto de provas apresentadas, negligenciando aspectos essenciais do laudo pericial e das decisões dos tribunais em relação à situação provocada pelo acusado e atos anteriores ao momento de realização do crime. Essa decisão, além de ser um duro golpe à busca por justiça, envia um sinal equivocado à sociedade sobre a gravidade do crime cometido e o impacto devastador que causou à vítima”, defende.
Conforme Fabbris da Silva, a equipe tomará as medidas possíveis e providências legais necessárias para contestar a decisão.
Igor José Ogar e Jean Campos, que representam outras duas vítimas, afirmaram que entendem que “o réu, ao momento das fatos, era capaz de entender o ilícito que praticava. Até então porque ele tenta se furtar do local dos atos”.
Câmeras flagraram crime
Imagens do circuito interno do bar mostram João Guilherme Pacheco Flores antes do ataque. Ele aparece sentado no canto direito, com facas expostas sobre a mesa. Acende um cigarro, um garçom passa pelo local, parece falar com ele, e sai em seguida.
De acordo com a Polícia Civil, ele portava seis facas antes do ataque.
Depois que o garçom deixa o espaço, o homem pega uma das facas e começa a dar os golpes contra os clientes. O primeiro a ser atingido é um homem de costas.
Em seguida, esfaqueia uma mulher que está sentada ao lado da primeira vítima. As pessoas tentam correr, e João Guilherme Pacheco Flores vai atrás delas.
Fonte: G1