Governo do Paraná pede prisão da presidente do sindicato dos professores do estado por descumprir decisão judicial

 Governo do Paraná pede prisão da presidente do sindicato dos professores do estado por descumprir decisão judicial

Foto: App-Sindicato/Divulgação

O Governo do Paraná solicitou, nesta quarta-feira (5), a prisão da presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná (APP-Sindicato), Walkiria Olegário Mazeto.

A justificativa é o descumprimento da decisão judicial que determina o fim da greve dos professores da rede estadual, iniciada na segunda-feira (3) devido ao projeto de lei que visa terceirizar a administração de colégios públicos do Paraná.

O documento, assinado pela procuradora do estado Mariana Carvalho Waihrich, foi enviado na manhã desta quarta-feira (2) ao desembargador Marcelo Wallbach Silva, do Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR), e também faz outros dois pedidos, relacionados à aplicação de multas em Walkiria e ao sindicato. Saiba mais abaixo.

“Essa é só mais uma prática antissindical desse Estado contra a entidade APP-Sindicato e contra todos os movimentos que possam fazer luta”, disse Walkiria na manhã desta quarta-feira, em manifestação em frente à Secretaria de Estado de Educação (Seed-PR).

O texto da Procuradoria Geral do Estado (PGE) destaca que, em liminar proferida no dia 1º de junho, a desembargadora Dilmari Helena Kessler determinou a suspensão da greve prevista para iniciar no dia 3, mas a ordem foi descumprida. A APP-Sindicato disse que recorreu da decisão, respondendo aos questionamentos da Justiça.

Na petição desta quarta (5), a PGE solicita “a imediata prisão da sra. Walkiria Olegário Mezeto, atual presidente da APP-Sindicato, pelo crime de desobediência, previsto no art. 330 do Código Penal”.

O texto afirma que a presidente manteve “todos os atos paredistas, incitando cidadãos verbalmente e através das redes sociais à adesão à greve, e, ainda, com isto, gerando danos ao patrimônio público que serão objeto de pedido de ressarcimento oportunamente”.

Em nota, o APP-Sindicato disse estar “tomando todas as medidas políticas e jurídicas necessárias para o cancelamento imediato desta proposição que não possui qualquer fundamento legal”.

“Ressaltamos que todos procedimentos adotados pela APP-Sindicato tem zelado pelo cumprimento das normas, para assegurar a legalidade da greve”, complementa o sindicato.

Outros pedidos do Estado

Na mesma petição, o Governo do Estado também fez outros dois pedidos ao Tribunal de Justiça.

Um deles é a aplicação de multa diária de R$ 10 mil à presidente do APP-Sindicato, “em razão da disseminação de notícias falsas, da incitação ao movimento paredista de professores, pais e alunos”.

Outro é o aumento da multa diária voltada ao APP-Sindicato pelo descumprimento da determinação de fim da greve.

No dia 1º de junho, a entidade foi determinada a pagar R$ 10 mil por dia de greve. Agora, a PGE pede que o valor seja aumentado para R$ 100 mil, alegando que a multa arbitrada anteriormente não foi “suficiente” para impedir o sindicato de manter a greve.

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Manifestações

A greve dos professores começou na segunda-feira (5), dia da primeira votação do projeto de lei (PL) que visa terceirizar a gestão de 204 colégios estaduais do Paraná.

No mesmo dia, manifestantes contrários ao projeto se mobilizaram em frente à Assembleia Legislativa do Estado do Paraná (Alep), que foi invadida. Bombas de gás lacrimogêneo foram lançadas e a confusão deixou pelo menos três pessoas feridas, segundo a assessoria Alep.

No dia seguinte, o PL foi aprovado em segunda discussão e a lei foi sancionada pelo governador Ratinho Junior. Veja como cada deputado votou.

Nesta quarta-feira (5), segundo a APP-Sindicato, 70% dos professores do estado mantêm adesão à greve. A Seed-PR alega que 95% dos professores estão trabalhando.

Fonte: G1

Redação Beltrão Agora

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