Alep realiza sessão remota após invasão de manifestantes contra projeto que quer terceirizar gestão de escolas públicas

 Alep realiza sessão remota após invasão de manifestantes contra projeto que quer terceirizar gestão de escolas públicas

Foto: Giuliano Gomes

A Mesa Executiva da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) decidiu realizar a sessão desta segunda-feira (3) de forma remota. A decisão foi tomada após a invasão da sede do Legislativo estadual por manifestantes contrários ao projeto que propõe terceirizar a gestão administrativa de colégios estaduais.

O presidente da Assembleia, deputado Ademar Traiano (PSD), anunciou a suspensão da sessão perto das 15h, quando a Casa já tinha sido invadida. A sessão online começou por volta das 17h, acompanhe ao vivo.

O grupo formado por professores, servidores e alunos da rede estadual do Paraná forçou a entrada no início da tarde, após uma mobilização contra a proposta de terceirização, apresentada pelo governo estadual.

Após uma porta de vidro ter sido quebrada, os manifestantes entraram na sede da Assembleia e seguiram para as galerias. Veja fotos a seguir.

De acordo com o Corpo de Bombeiros, três pessoas se feriram durante a confusão. As vítimas são duas mulheres de 23 e 51 anos e um homem de 24 anos.

Segundo a assessoria de imprensa da Assembleia, o projeto foi aprovado nesta segunda pela Comissão de Educação antes dos manifestantes invadirem o Legislativo.

Dos sete parlamentares que integram a comissão, apenas o deputado Professor Lemos (PT) votou contra. Hussein Bakri (PSD), líder do governo no Legislativo, Do Carmo (União Brasil), Denian Couto (Podemos), Gilson de Souza (PL), Luiz Claudio Romanelli (PSD) e Márcio Pacheco (PP) votaram a favor da proposta.

De acordo com a assessoria de imprensa da Alep, estão previstas duas sessões plenárias para esta segunda-feira, uma ordinária e outra extraordinária.

Se o projeto de terceirização da gestão das escolas passar em primeiro turno, pode ser analisado na sessão extraordinária, onde deve receber emendas.

Após isso, está prevista uma reunião da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) para analisar as emendas que devem ser apresentadas.

Greve da categoria

Esta segunda-feira (3) foi o primeiro dia da greve do educadores da rede de estadual de ensino, aprovada pela categoria no dia 25 de maio.

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No sábado (1º), a Justiça atendeu pedido do Governo do Paraná e suspendeu a greve por entender que ela é ilegal. A multa em caso de descumprimento foi estipulada em R$ 10 mil.

Nesta segunda, em coletiva, o governador Ratinho Junior (PSD) ressaltou que a greve é ilegal e, na avaliação dele, “teve baixíssima adesão”. Sobre o projeto tramitar em regime de urgência, o governador afirmou que a medida foi necessária porque o governo tem prazos a cumprir antes implantar o modelo em 2025, caso seja aprovado.

A Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná (APP-Sindicato) disse que não foi intimada e, mesmo com a decisão, afirmou que manterá a greve.

Para o sindicato, a decisão é resultado de “uma prática antisindical do governo, que não respondeu nenhuma das nossas tentativas de diálogo”.

Impacto nas aulas

Até a última atualização desta reportagem, não havia um balanço de quantos professores aderiram ao movimento grevista, nem quantos alunos estão sem aula no estado, que tem mais de 930 mil alunos.

Em nota, a Secretaria de Estado da Educação (Seed) disse que as aulas estão em andamento em mais de 87% da rede estadual. Ao g1, a pasta afirmou que orienta pais e responsáveis a enviarem “os filhos às escolas normalmente para que não haja prejuízo ao andamento regular do aprendizado”.

A APP-Sindicato avalia que o projeto vai privatizar os colégios e interferir na gestão pedagógica, já que as empresas privadas trabalham por metas.

O Governo do Paraná nega, afirma que as mudanças só dizem respeito a parte administrativa e de infraestrutura, e diz que a gestão pedagógica será responsabilidade do diretor da rede estadual.

Durante a manhã, servidores se concentraram na Praça Santos Andrade, no centro de Curitiba, e depois foram até a Alep, onde o projeto de terceirização seria avaliado em plenário pelos deputados estaduais.

Fonte: G1

Redação Beltrão Agora

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