Justiça manda soltar capitão do Corpo de Bombeiros do PR suspeito de desviar fardos de energético de barracão da Defesa Civil
A Justiça revogou a prisão preventiva de Gustavo Emmanuel Gonçalves Fogaça, capitão do Corpo de Bombeiros do Paraná que foi preso em flagrante em 29 de maio, em Curitiba. A decisão pela soltura é de quinta-feira (6).
Conforme a Justiça, o capitão é suspeito de desviar 21 fardos de bebida energética de um galpão da Defesa Civil em Piraquara, na Região Metropolitana de Curitiba.
A prisão de Gustavo aconteceu durante uma operação do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), unidade do Ministério Público do Paraná (MP-PR). O tio dele foi preso na mesma operação, suspeito de integrar o esquema. Relembre abaixo.
Inicialmente, havia a suspeita de que o capitão tivesse desviado itens que foram arrecadados no Paraná às vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul.
Para o juiz Leandro Leite Carvalho Campos, entretanto, os produtos desviados não tinham ligação com essas arrecadações. Na decisão pela soltura, o juiz também disse que não encontrou indícios concretos de que o bombeiro militar tenha “praticado desvio de donativos de forma reiterada”.
“Embora seja extremamente grave a imputação a recair sobre Gustavo Emmanuel Gonçalves Fogaça, este Juízo, em aprofundada reflexão dos argumentos agora apresentados, entende que a imposição de medidas cautelares diversas da prisão revela-se apta.”
Na mesma decisão, o juiz também determinou que o capitão tenha a função pública suspensa; não tenha contato com investigados e testemunhas; e não saia da cidade sem autorização da Justiça. O militar também foi proibido pelo juiz de frequentar qualquer unidade do Corpo de Bombeiros e da Defesa Civil.
O advogado que defende Gustavo, Jeffrey Chiquini, avaliou a decisão de soltura como coerente diante das provas apresentadas pela defesa no caso. Afirmou, também, que o capitão preenche todos os requisitos legais para estar em liberdade.O Ministério Público disse que vai analisar a decisão e se manifestará no processo.O g1 aguarda retorno do Corpo de Bombeiros para comentar o caso, e tenta localizar a defesa do segundo suspeito preso na operação.
A prisão
Na ocasião da prisão, o Gaeco informou que o capitão foi localizado em uma distribuidora no bairro Uberaba, em Curitiba. Quando foi detido em flagrante, ele estava descarregando fardos de energético desviados do galpão, conforme o órgão.
Segundo as investigações, o militar e o tio dele vendiam os itens na distribuidora e pela internet.
O Gaeco também informou que no local da prisão havia roupas, eletrônicos e instrumentos musicais. Na mesma ação, foi feita a apreensão de um revólver não regularizado.
fonte:g1